União Europeia adota mecanismo para tornar importações mais ecológicas

O Parlamento Europeu e os Estados-membros da União Europeia anunciaram na passada terça-feira, dia 13 de dezembro de 2022, a implementação de um mecanismo inovador, o qual tem como objetivo o de tornar as importações industriais da Europa mais ecológicas, através da cobrança pelas emissões de carbono relacionadas com a sua produção.

Imposto fronteiriço sobre o carbono

Embora não seja um imposto propriamente dito, este mecanismo é conhecido como “imposto fronteiriço sobre o carbono”. O seu regime de atuação irá sujeitar as importações dos 27 Estados-membros às normas ambientais da União Europeia, abrangendo os seguintes setores: aço, alumínio, cimento, fertilizantes e eletricidade. De salientar que os setores abrangidos pelo mecanismo são os considerados como mais poluentes.

Este mecanismo irá marcar também o fim dos direitos de poluição gratuitos, os quais foram atribuídos aos fabricantes europeus, obrigando desde logo à compra de quotas com o intuito de cobrir as emissões poluentes.

Como funciona este mecanismo?

Em termos práticos, este mecanismo estabelece que o importador terá a obrigação de declarar todas as emissões relacionadas com o processo de produção, sendo que, caso estas excedam a norma europeia, o importador deve adquirir um certificado de emissão ao preço de CO2 da União Europeia. Caso exista um mercado de carbono no país exportador, o montante a pagar pelo importador será apenas referente à diferença.

Hidrogénio e subprodutos

Os deputados europeus decidiram por unanimidade acrescentar hidrogénio e outros subprodutos, como os parafusos à lista de setores abrangidos pelo referido mecanismo. De ressalvar que Bruxelas está a estudar a possível de estender os setores abrangidos por este mecanismo à química orgânica e aos plásticos.

14 mil milhões de euros por ano

A implementação deste mecanismo irá gerar receitas na ordem dos 14 mil milhões de euros anuais, os quais serão posteriormente incluídos no orçamento geral da União Europeia. A Comissão Europeia e os Estados-membros defendem uma implementação gradual do mecanismo durante um período de dez anos, a começar em 2026.

Período de testes

Este mecanismo da União Europeia terá um período de testes, o qual será iniciado em outubro do próximo ano. No decurso deste período de testes, as empresas importadoras apenas terão de comunicar as suas obrigações.

 

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