Uber prevê o seu primeiro trimestre lucrativo

“Não só aumentamos a nossa liderança global em mobilidade e entregas, como também o fizemos de forma mais lucrativa (…) A Uber está a alcançar um marco importante. Sabemos também que ainda temos muito a provar e precisamos de executar tudo na perfeição ”, afirmou o diretor executivo, Dara Khosrowshahi, no relatório de terça-feira.

12 anos após a sua fundação, a Uber (UBER) afirma estar próxima de assinalar o seu primeiro trimestre lucrativo, quando ações subiram mais de 6% em Nova Iorque. 

A empresa multinacional americana, uma das maiores plataformas de transporte do mundo, disse que o número de pedidos brutos de julho a setembro deste ano ficarão entre os 22,8 e os 23,2 mil milhões de dólares, com um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado entre um prejuízo de 25 milhões de dólares e um lucro de 25 milhões de dólares quando o trimestre terminar em 30 de setembro. No trimestre anterior, a empresa atingiu um resultado negativo de 100 milhões de dólares.

“Com um EBITDA ajustado positivo entre julho e agosto, acreditamos que a Uber está agora a caminhar para o ponto de equilíbrio do EBITDA ajustado no terceiro trimestre, bem à frente das nossas projeções anteriores”, afirmou Nelson Chai, diretor financeiro da Uber, no documento divulgado antes da abertura dos mercados na terça-feira.  

A Uber já tinha comunicado com os seus investidores que esperava um “melhor” prejuízo face aos 100 milhões de dólares do terceiro trimestre e que espera um quarto trimestre mais forte para a empresa. 

Alcançar o objetivo de um EBITDA ajustado lucrativo vai ser considerado uma conquista distinta e de orgulho para Dara Khosrowshahi. O diretor executivo foi o escolhido em 2017, não só para limpar uma série de escândalos de privacidade e reclamações de discriminação e assédio sexual na empresa causadas pelo cofundador Travis Kalanick, como também para cortar todas as partes e serviços prejudiciais ao negócio da Uber. Por exemplo, a empresa abandonou o mercado de  entrega de refeições e alimentos online onde não era capaz de competir, como na Coreia do Sul, e investiu uma porção desse dinheiro acumulado na transferência de uma parte da sua força de trabalho de engenharia para a Índia.

Em 2020, devido à pandemia, a empresa viu-se obrigada a despedir quase 7000 pessoas e fechou escritórios em todos os países. No entanto, apesar destas consequências, juntando a escassez de motoristas, a Uber continuava com o seu objetivo em vista, o de atingir um EBITDA ajustado lucrativo num trimestre até ao final do ano. Assim, a Uber começou a apostar mais no negócio da Uber Eats, já que a procura estava em alta e acabou por se tornar o seu principal negócio durante o confinamento.

“Dizem que a crise gera oportunidades e isso certamente foi verdade para a Uber durante os últimos 18 meses”, disse Khosrowshahi.

A Uber Eats mantém-se  atrás da concorrente DoorDash (DASH) que ultrapassou a capitalização de mercado da Uber pela primeira vez na semana passada, apesar de ter uma mínima presença global e não prestar nenhum serviço de transporte. Segundo dados da Bloomberg, a DoorDash gere cerca de 57% do mercado de pedidos e entrega de alimentos nos EUA, contra os 26% dos negócios combinados da Uber Eats e Postmates

Autora: Margarida Fernandes

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