A Uber é uma empresa cujos negócios assentam, essencialmente mas não só, numa plataforma tecnológica e na economia de partilha, tendo apresentado crescimentos substanciais e tornando-se disruptivas dos mercados em que atuam.
Em termos de desempenhos financeiros, e de acordo com as informações recolhidas nos Relatórios de Contas disponíveis no website oficial da organização, a Uber tem registado um crescimento exponencial desde a sua fundação em 2009 atingindo, pela primeira vez, um resultado operacional positivo no terceiro trimestre de 2021.
Se, para muitos, a pandemia veio assolar a situação económico-financeira pessoal, para outros, como é o caso da Uber, permitiu alcançar este marco histórico que se deveu, essencialmente, ao aumento exponencial dos segmentos de entrega de comidas.
Mais adiante, já no fecho de contas para 2021, o resultado é o que tem vindo a ser nos últimos anos: negativo. Contudo, esta perda operacional de 434 milhões de euros é quase 14 vezes inferior ao obtido um ano antes, ano em que tinha perdido mais de 6.000 milhões de euros.
Se, por um lado, o regresso da atividade após as restrições em vigor durante a pandemia de covid-19 permitiu à empresa aumentar significativamente o seu volume de receitas, por outro lado, estas receitas vêm acompanhadas com um aumento nos custos , especialmente no pagamento a motoristas( uma vez que as viagens em 2021 aumentaram 27%) e nas diversas campanhas de ‘marketing’ com o intuito de atrair mais clientes, aumentando assim os descontos oferecidos pela organização.
Tendo por base o Relatório de Contas 2022, a expectativa era que o negócio digital continuasse a expandir-se e permitisse diminuir o diferencial entre os custos suportados e as receitas alcançadas pela empresa.
Contudo, o mesmo não aconteceu. De facto, a empresa norte-americana fechou o ano de 2022 com um prejuízo de 8.527 milhões de euros, prejuízo esse 18 vezes superior ao período homólogo.
Através de uma análise detalhada, existem muitos aspetos positivos a destacar deste resultado negativo. Desde logo, a faturação da empresa aumentou 82% para cerca de 295.46 milhões de euros, um valor que levou a um aumento de investidores da empresa. Além disso, a procura pelos serviços oferecidos pela Uber tem vindo a aumentar bastante.
Já no lado negativo destaca-se uma rubrica de Investimentos na ordem dos 637.4 milhões de euros. Esta rubrica priva-se com o facto da Uber ter participações em empresas como a Grab,uma empresa de entregas do continente asiático cuja Uber detém 27,5% de participação, a Aurora Innovation, uma empresa destinada à produção de componentes tecnológicas para carros e que vendeu 26% do seu património à Uber e ainda a Didi Global, cuja Uber detém 12,8% da empresa chinesa.

João Fonte, 20 anos, natural da Póvoa de Varzim. Atualmente frequento o 3º ano da licenciatura em Gestão na FEP e pretendo seguir mestrado em Finanças. Com um gosto particular pela aventura e a descoberta de novos horizontes, estou a realizar mobilidade internacional, através do programa Erasmus +, na School of Economics and Business Ljubjana. Dado o meu interesse pela área financeira, ingressei na Meu Capital em março de 2022. Tem sido uma experiência fantástica, através da qual tenho aprendido a saber gerir melhor o meu tempo e a aprender sempre mais sobre uma das áreas mais interessantes a nível mundial.