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Tesla anuncia que deixará de aceitar Bitcoin como meio de pagamento

Tesla anuncia que não irá aceitar Bitcoin como pagamento devido ao uso massivo de energia. Elon Musk, CEO da Tesla ($TSLA), informou o público, através de um tweet, que a sua empresa de automóveis deixará de aceitar Bitcoin ($BTC) como pagamento face ao elevado uso de energia no seu processo de mineração. 

O anúncio feito por parte da inovadora fabricante de automóveis elétricos abalou o mercado de criptomoedas, tendo um impacto particularmente negativo na cotação da Bitcoin. Após o tweet de Elon Musk, o mercado de moedas digitais perdeu um valor de mercado superior a 365 mil milhões de dólares, segundo a CoinMarketCap. Por sua vez, o valor da Bitcoin diminuiu mais de 7%, registando um preço inferior a 50 mil dólares pela primeira vez desde abril. A cotação das ações da Tesla também não ficou indiferente à divulgação, sendo que o seu valor diminuiu cerca de 3% desde o comunicado.   

 

Nos últimos meses, Elon Musk tem sido um porta-voz do mercado de criptomoedas, colocando um especial foco na Bitcoin e na Dogecoin ($DOGE), pelo que as suas opiniões acerca desta indústria acarretam particular relevância. No dia 8 de maio, os comentários feitos pelo CEO da Tesla no programa americano Saturday Night Live impactaram o preço da Dogecoin, contribuindo para uma elevada queda de, aproximadamente, 30%, após a emissão do programa. 

No final de março, a Tesla informou que a Bitcoin poderia ser utilizada, oficialmente, para adquirir veículos da empresa. Depois do comunicado por parte do seu CEO, no dia 12 de maio, a empresa encontra-se a reverter a sua decisão. Segundo Elon Musk, esta medida foi tomada devido ao “rápido crescimento da utilização de combustíveis fósseis nas fases de produção e transação da Bitcoin”, ou seja, face ao impacto ambiental negativo desta criptomoeda.

O CEO da Tesla afirmou ainda que a sua empresa não irá vender o investimento que realizou em Bitcoin, e que pretende retomar as transações com Bitcoin assim que esta levar o uso de energia para níveis mais sustentáveis.

A que se deve esta preocupação do uso intensivo de energia? Há razões para tal?

A maior criptomoeda do mercado, utiliza mais energia do que países como a Malásia e a Suécia, de acordo com o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index.

O seu impacto no meio ambiente é severo e deve-se à tecnologia subjacente, a blockchain.
A Bitcoin é descentralizada e passa pelo processo de mineração. Os indivíduos que realizam este processo resolvem problemas matemáticos através de computadores, com o intuito de ser realizada uma transação. Este é um processo complexo, que necessita de grandes quantidades de eletricidade. 

Além de Elon Musk, também Janet Yellen está preocupada com o impacto deste criptoativo no meio ambiente. A Secretária do Tesouro dos Estados Unidos afirma ainda que esta moeda digital é ineficiente para realizar transações.

É de facto complexo calcular a energia que a Bitcoin necessita, ainda assim há quem diga que os miners têm estímulos para utilizar energias renováveis, pois torna-se mais acessível monetariamente recorrer a estas do que a energias não renováveis.

Em abril, a empresa de fintech Square ($SQ) publicou um memorando de título “Bitcoin is key to an abundant, clean energy future” onde afirma que a Bitcoin será um marco importante para a inovação da energia renovável. Environmental, Social, and Governance (ESG) ganhou notoriedade nos mercados financeiros, devido aos gestores adotarem cada vez mais estratégias de investimentos renováveis.

Laith Khalaf, analista financeiro da empresa de investimentos AJ Bell, relata que a Tesla pode servir de exemplo e de alerta para empresas e pessoas que usam Bitcoin e que não tinham noção do impacto que esta tem no ambiente. 

Autores: Diogo Neves e Joana Marcos

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