Tensão entre a Rússia e a Ucrânia: Consequências para os países europeus

Cada vez mais os rumores que dão conta da potencial invasão da Rússia à Ucrânia parecem estar próximos de uma possível realidade. Estes rumores têm vindo a intensificar-se desde novembro de 2021, quando foram reveladas imagens, via satélite, da aglomeração e reunião de tropas russas na fronteira com a Ucrânia. À referida data, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia tinha mobilizado cerca de 100.000 soldados, juntamente com artilharia pesada e, inclusive, tanques de guerra.

Naturalmente, todo este cenário tem implicações para os países europeus, especialmente para aqueles que têm como seu fornecedor de fontes de energia primária (como o petróleo e o gás natural) a Rússia.

Em termos numéricos, de acordo com o website da Comissão Europeia, 41% de todo o gás natural importado na União Europeia tem como proveniência a Rússia, o que se traduz num elevado nível de vulnerabilidade face a este país. É de notar, ainda, que o índice de estabilidade política e ausência de terrorismo da Rússia (disponível no website do WorldBank), no ano de 2020, registou o valor de 20,75, numa escala de 0 a 100.

No mesmo sentido, nesta última semana de janeiro de 2022, os países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) manifestaram mútuas preocupações e receios em relação a uma eventual rutura na oferta de gás natural proveniente da Rússia. As referidas preocupações surgiram depois de, inesperadamente, um navio russo, pertencente à companhia Gazprom,  ter aparecido a navegar nessa região.

Em termos de petróleo, países como a Eslováquia, Finlândia, Hungria, Polónia e Bulgária estão altamente dependentes e vulneráveis, no sentido em que a maior parcela (superior a 50%, em todos os países) do cabaz de fornecedores de crude é composta pela Rússia, segundo dados de 2019. Destaca-se, ainda, o mesmo valor referente à Alemanha, situado nos 29%.

Ainda no âmbito da ligação entre a Rússia e a Alemanha, em 2018 foi iniciada a construção de um pipeline (Nord Stream 2 Gas Pipeline) que atravessará o mar Báltico e que permitirá a importação de 55 mil milhões de metros cúbicos de gás, por parte da Alemanha. No passado dia 28 de janeiro de 2022, Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, afirmou que “Se a Rússia invadir a Ucrânia, de uma forma ou de outra, o Nord Stream 2 não avançará”.

Também no mesmo dia 28 de janeiro, o presidente francês, Emmanuel Macron, apresentou-se numa reunião com Vladimir Putin, cuja principal motivação assentou na procura de uma solução diplomática para este conflito.

À medida que a tensão entre os dois países aumentar, as sanções (essencialmente económicas) irão ser cada vez mais frequentes. Na Europa, a incerteza sobre uma quebra no fornecimento de gás, por parte da Rússia, intensifica-se significativamente.

Autor: Alexandre Lima

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