Tensão aumenta entre China e Austrália após aumento de tarifas

Segundo o que o ministro do comércio chinês afirmou na passada quinta feira, a China interpôs uma ação jurídica na World Trade Organization (WTO) sobre as medidas anti-dumping e anti-subsídios que a Austrália colocou nas importações de bens chineses de rodas ferroviárias, torres eólicas e pias de aço inoxidável. Desta forma, este torna-se no terceiro caso recente de disputas comerciais levadas à WTO, intensificando-se assim o clima de tensão entre ambos os países.

As relações entre a China e a Austrália têm vindo a piorar desde 2018, quando a Austrália decidiu proibir a Huawei de construir a sua rede 5G no país. Adicionalmente, no ano passado, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, liderou um pedido de investigação às origens do coronavírus, que surgiu pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan, devido a suspeitas de encobrimento mediático do vírus por parte do governo chinês. Em tom de resposta a estes “ataques”, a China decidiu colocar tarifas e restrições sobre a importação de carvão, cevada, lagosta e vinho vindos da Austrália.

Segundo o porta-voz do ministério do comércio chinês, Gao Feng, a China irá condenar qualquer ato que se oponha aos direitos das empresas chinesas e à autoridade da WTO. Também o ministro dos negócios estrangeiros da China tinha abordado este tópico em novembro de 2020, afirmando, em relação às restrições às importações de vinho, que “a Austrália já submeteu 106 investigações anti-dumping e anti-subsídios contra a China, enquanto a China apenas submeteu 4 (…) Que país parece andar a quebrar os princípios do mercado de trocas bilaterais livres?”, reforçando que a China cumpre as regras exigidas pela WTO. 

De acordo com o  ministro do comércio australiano, Dan Tehan, a Austrália irá defender vigorosamente o caso: “O que gostaríamos de poder fazer seria não só sentarmo-nos a nível oficial e resolver as disputas, mas também a nível ministerial.”. Recorde-se que não existiu qualquer tipo de encontro ministerial entre os dois países em quase dois anos e meio.

Autor: César Dias Fernandes

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