A TAP anunciou, em comunicado, o fecho do ano de 2021 com prejuízos a rondar os 1,6 mil milhões de euros, apesar de um EBITDA positivo recorrente de 11,7 milhões de euros.
Este é um valor que ultrapassa os 1,23 mil milhões de euros, anterior máximo da empresa, atingido em 2020, num ano muito penalizado pela Covid-19.
Na comunicação à CMVM, a transportadora refere que o resultado líquido superou as expectativas de prejuízos do Plano de Recuperação que eram de 1,75 mil milhões de euros.
A empresa justifica, fundamentalmente, estes resultados com um aumento muito significativo ao nível dos custos não recorrentes que advêm da decisão de encerrar a TAP ME Brasil (subsidiária de manutenção de aviões) em janeiro de 2022.
Destaca-se uma recuperação no número de passageiros da TAP na ordem dos 22,1%, número que corresponde, ainda assim, a 34,2% dos de 2021.
No que respeita às receitas recorrentes, fixaram-se nos 1.388,5 milhões de euros, o que representa um aumento de 31% relativamente a 2020 devido, em grande parte, a uma subida de 88% nas receitas de carga e correio (110,5 milhões de euros).
As receitas de passageiros foram de cerca de 1,067 mil milhões de euros, um crescimento de 25,8% face a 2020 e que se situa acima das previsões, da IATA, de crescimento para a indústria de 20,1%.
Quanto aos custos operacionais recorrentes, estes foram de 1.866,5 milhões, traduzindo-se numa diminuição de 52,1 milhões (-2,7%). Esta redução deve-se, segundo a TAP, aos custos de manutenção das aeronaves e refletem “saída gradual de 1 480 funcionários e os cortes nos salários que tiveram início em março de 2021”.
No entanto, os gastos operacionais, na sua globalidade, aumentaram 42% face ao ano anterior, já que incluem os gastos derivados do (já referido) encerramento da TAP ME Brasil.
A empresa ressalva, ainda, o impacto negativo no resultado líquido das diferenças cambiais, devido à depreciação do Euro (EUR) face ao Dólar norte americano (USD) e ao Real brasileiro (BRL).
Autor: António Carvalho
