Conheça as conclusões de estudo do Observador Cetelem
Os veículos SUV dividem opiniões. Se, por um lado, a sua importância tem crescido, por outro, continuam a suscitar polémica, especialmente no que toca ao impacto ambiental. Ainda assim, o seu sucesso é incontestável – em 15 anos passou de um “modelo” quase inexistente para representar hoje cerca de 40% das vendas de veículos de passageiros novos. A principal razão: um veículo que satisfaz as expetativas dos consumidores, uma gama resiliente e ousada, segura e espaçosa, apelativa e moderna, por outras palavras, o veículo do futuro.
Situação da indústria automóvel
A indústria automóvel ainda não se recuperou dos efeitos da pandemia e o ano de 2022, ao que tudo indica, permanecerá difícil e incerto. A crise no setor afeta todos os elementos, desde a produção até às cadeias de fornecimento/distribuição. O fabrico do SUV, com margens mais altas, bem pode servir como “válvula de escape” para todo este contexto adverso.
Um veículo que se impõe
O acrónimo SUV, embora ambíguo, refere-se a Sports Utility Vehicle; em traços gerais, uma classe de veículos com altura considerável e um interior espaçoso, posição do condutor elevada, e, nalguns casos, tração às 4 rodas. A origem do termo também é incerta, sendo que a designação passou a ser utilizada para efeitos de marketing a partir da década de 70, embora o acrónimo remonte aos anos 30 ou 40. O Observador Automóvel Cetelem 2022 destaca a utilização deste tipo de veículos em países com economias emergentes, caracterizados por padrões comuns: extensas áreas metropolitanas onde as deslocações casa-trabalho traduzem-se em viagens longas ou onde predominam agregados familiares numerosos. Outra das vantagens identificadas é
a relação qualidade-preço que, aliada ao aspeto prático e utilitário, bem adaptado ao tecido urbano, torna o SUV veículo de eleição em países como os EUA e a China..
Críticas
Como tudo tem os seus prós e contras, a gama SUV também é alvo de diversas críticas. Segundo os resultados do estudo, os inquiridos referem alguns aspetos negativos, entre eles, a sobrecarga ambiental, já que se trata no seu entender de um tipo de veículo que contribui mais para o aumento das emissões de CO2 em comparação com o convencional, e o fator volume, que comprovadamente aumenta o risco de acidente para além de dificultar o estacionamento. Também há quem defenda que se trate de uma tendência passageira, motivada pelas circunstâncias do setor automóvel.
Diversidade da oferta
A classe reparte-se em automóveis para todos os gostos e feitios, sendo que os preços médios variam entre os 30.000 e os 40.000 euros. Toyota RAV 4 (996.000 vendas), Honda CR-V (737.000) e Volkswagen Tiguan (597.000) foram os mais vendidos no mundo em 2020.
Mesmo com as questões da responsabilidade ambiental cada vez mais em cima da mesa, os construtores têm procurado responder às demandas dos automobilistas através da aposta em modelos elétricos ou híbridos. Podemos assistir a uma eletrificação massiva dos SUV daqui em diante, o que também permitiria responder de imediato ao agravamento do preço dos combustíveis.
Outro dado importante é que as marcas estão a conseguir fidelizar quem já é utilizador, dado que uma boa parte dos proprietários inquiridos revela querer optar por um SUV no futuro.
O futuro
O SUV “invadiu” o mercado e parece ter vindo para ficar. Só nos EUA as vendas cresceram 50% em cerca de 10 anos, com os SUV a ocuparem agora 52% de todo o mercado automóvel de passageiros. Na China 1 em cada 2 automobilistas já conduz um SUV. A Europa ainda está um pouco atrás na utilização deste veículo, apesar da tendência também ser de crescimento, com França surgindo ligeiramente acima da média europeia.
O Observador Cetelem é um centro de estudos sobre consumo e comércio mundial, presente em Portugal há 22 anos. Todos os estudos são produzidos pelo BNP Paribas Personal Finance com recurso a métodos quantitativos e qualitativos, que retratam as principais tendências de mercado e comportamento do consumidor. O estudo “A ousada trajetória dos SUV” foi elaborado com base num inquérito realizado em 17 países espalhados pelo globo. Saiba mais aqui
