Um dos principais índices bolsistas norte-americanos, o S&P 500, fechou em território de bear market na última segunda-feira, 13 de junho, após uma forte pressão de venda durante a sessão, que viu o índice a cair 3.88%.
Um bear market ocorre quando um mercado tem quedas prolongadas de preços. Normalmente descreve uma situação em que os preços caem 20% ou mais em relação aos máximos recentes, face a um período de desaceleração económica, levando a um pessimismo generalizado e sentimentos negativos dos investidores.
Com esta queda, o índice encerrou nos 3,749.63 pontos, 21.8% abaixo do máximo registado no dia 3 de janeiro, ultrapassando uma retração de 20% a partir do seu máximo, valor usado para definir um bear market. No mês de maio, o índice já tinha negociado em território de bear market, mas sem nunca fechar nesse mesmo território.
Na semana anterior, os índices sofreram perdas avultadas, registando a pior semana desde janeiro. Essas perdas foram atribuídas à divulgação do índice de preços no consumidor nos Estados Unidos no mês maio, que registou um aumento de 8.6% comparativamente ao ano passado, o valor mais alto dos últimos 40 anos.
Este aumento acima do esperado fez com que os investidores receiem que a Reserva Federal (ou simplesmente FED) seja obrigada a aumentar as taxas de juro acima do já anunciado, arriscando arrastar a economia para uma recessão durante os seus esforços para abrandar a inflação.
Outros índices norte-americanos também sofreram grandes perdas, com o Dow Jones Industrial Average a cair 2.79%, e o NASDAQ Composite COMP, que já se encontrava em bear market, a registar perdas de 4.68%, estando agora quase 33% abaixo do seu valor máximo, registado a 19 de novembro de 2021.
O bear market será dado como concluído assim que o índice registar o valor 20% acima do seu mínimo, porém os analistas não estão otimistas que aconteça tão cedo.
Autor: Miguel Neves
