Com o mês de junho a terminar, o S&P 500 finalizou a primeira metade de 2021 com ganhos na ordem dos 14,4%. Desde 1998, só os resultados obtidos na primeira metade de 2019, de 17,4%, superaram os deste ano.
O mercado foi impulsionado pela vacinação à Covid-19, o que foi um fator determinante para a reabertura da economia norte-americana, ao mesmo tempo que os biliões gastos pelo governo em estímulos fiscais, se manifestam agora num aumento da procura por parte dos consumidores.
Os ganhos continuaram independentemente das preocupações relacionadas com o aumento da inflação e da especulação, que envolvem medidas de desaceleração para a economia, tomadas pelo Federal Reserve (Fed).
Se a inflação continuar a aumentar ao ritmo alucinante que se tem visto até agora, o banco central poderá ter de agir mais cedo do que o mercado espera, o que causará uma queda nas ações.
Há também quem defenda que o crescimento económico nos Estados Unidos, que se tem vindo a verificar, poderá desacelerar mais cedo do que os investidores esperam. Segundo estes, agora é o momento ideal para sair dos mercados. No entanto, esta tese é contrariada pela história.
Desde 1979, o S&P 500 ganhou 10% ou mais 14 vezes na primeira metade dos anos, pelo que na segunda apresenta uma média de 6,3%. Para além disso, o índice terminou a segunda metade do ano acima do seu início em 11 desses anos.
Quanto às perdas, geralmente não são assim tão significativas. O índice caiu 1,9% na segunda metade de 1983 e 3,5% nos últimos 6 meses de 1986. A única exceção foi o segundo semestre de 1987, em que o S&P 500 apresentou uma queda de 19%. Neste período, está incluído a Black Monday, recorde de perdas diárias do índice até hoje, e dia em que se registaram perdas de 20%.
Atualmente, o mercado tem agido no sentido de subir, e não descer. Pullbacks têm ocorrido, mas são normais num mercado em crescimento, e mesmo os que ocorreram têm sido ligeiros, estando os maiores na casa dos 4%.
“O que [o S&P 500] tem feito ao longo de 2021 é resistir à descida quando é necessário, mantendo uma tendência de subida”, escreve Frank Cappelleri, técnico chefe de mercado da Instinet.
Autor: Gil Neto