Shipping Crisis: A crise do momento

O que está a acontecer?

Com o avançar da pandemia o mundo enfrenta várias crises, que vão desde as energéticas até às financeiras, acabando por tropeçar nas de shipping

Estas últimas despoletaram, uma vez que inúmeros países por todo o globo estiveram em confinamento durante meses, o que levou a produção de bens materiais a diminuir. Por exemplo, na China, um dos primeiros países a ser fortemente afetado, muitas fábricas foram obrigadas a fechar durante semanas porque muitos dos seus trabalhadores estavam infetados com o coronavírus e não podiam trabalhar.

Este problema foi agora transmitido para os navios de carga. Esta “shipping crisis” estabeleceu-se devido ao enorme e sem precedentes engarrafamento dos maiores navios marítimos existentes. 

No que é que isto se traduz?

Infelizmente, são as pequenas empresas e os pequenos negócios que estão a ser as maiores “vítimas” desta shipping crisis

De um primeiro ponto de vista está Joe Metzger, vice-presidente executivo norte-americano das operações da cadeia de abastecimento no Walmart ($WMT), que afirma que “O afretamento de navios é apenas um exemplo dos investimentos que fizemos para movimentar produtos o mais rapidamente possível” após ter contratado vários navios este ano.

Contrariamente a grandes empresas, como a Home Depot ($HD) que tem vindo a recorrer ao fretamento dos seus próprios navios ou aviões de carga, ou a IKEA que, tal como o Walmart, optou por comprar contentores de transporte marítimo, as pequenas empresas não têm nem oportunidade, nem os recursos necessários para seguir o exemplo e fazer o mesmo.

Como se a situação já não fosse desfavorável o suficiente, as empresas de transporte marítimo estão a optar, como já seria expectável, por dar prioridade aos grandes retalhistas em detrimento dos pequenos negócios devido à colossal escassez global de capacidade de carga de contentores.

Segundo Julia Kuzeljevich, gestora de assuntos públicos na Canadian International Freight Forwarders Association (CIFF), “As pequenas empresas que estão a colocar a sua carga num contentor com a carga de outras 10 pequenas empresas, dependendo da taxa que estão preparadas para pagar, vão ver o seu produto não ter necessariamente prioridade. Vê-se isso constantemente com o frete aéreo.”

Num ano típico, a chegada da Black Friday seria sinónimo de grandes lucros para as empresas de retalho. No entanto, 2021 está demasiado longe de um ano típico, e, como disse Burt Flickinger, director executivo da consultoria de retalho Strategic Resource Group, “pelo menos entre 20 e 25% das mercadorias presas nos navios não vão chegar às prateleiras a tempo para o pontapé de saída da Black Friday de 26 de novembro”, ou seja, não vão chegar a tempo para a época das compras de Natal, um período em que os retalhistas fazem mais de um terço dos seus lucros.

Steve Ferreira, consultor de navegação da Ocean Audit, descreve toda esta preocupante situação como: “Containergeddon“.

Autora: Bruna Pereira

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