A Christie’s torna-se na primeira grande casa de leilões a leiloar uma obra de arte digital – um NFT (Non-Fungible Token).
A obra é do artista Beeple, que conta com uma coleção de 20 obras vendidas por 3,5 milhões de dólares, e intitula-se Everydays: Os primeiros 5000 dias (2021). A obra é constituída por 5.000 imagens individuais, criadas todos os dias, sem falta, desde o início de maio, em 2007, até hoje. Estará em leilão de 25 de Fevereiro a 11 de Março.
No entanto, dada a natureza sem precedentes da venda da Christie’s, a obra não possui uma estimativa de preço conhecida. Ainda assim, a licitação começará nos 100$.
Apesar da Christie’s ter vendido, em Outubro passado, uma versão virtual de um quadro, esta obra será puramente virtual e o futuro dono receberá um ficheiro encriptado. É importante salientar que, ao contrário da arte tradicional, todas as compras NFT são públicas, imutáveis e disponíveis na blockchain.
De acordo com Noah Davis, especialista da Christie’s, o mercado para as NFTs tem “visto um crescimento exponencial ao longo dos últimos anos, especialmente nos últimos meses“.
A 14 de Fevereiro, o designer gráfico David Rudnick vendeu uma NFT que mostra uma rosa defeituosa, no Dia dos Namorados, por $18.600, através da plataforma Zora, numa transação feita com 10,8 WETH (Wrapped Ether).
Figura 1 – NFT criado por David Rudnick, intitulado Stem
Mas quem compra este tipo de arte?
Davis diz que os millenials constituem “uma papel importante no mercado para os NFT, e que, na sua maioria, são novos no mundo dos leilões de arte tradicional “. Contudo, refere ainda que os compradores incluem “uma geração de colecionadores que há muito aguardavam a evolução do mercado para a arte digital“.
O potencial mercado das NFTs é particularmente interessante, acrescenta Davis, “porque apela a grupos especializados em tecnologia, porém interessados em arte digital, bem como a colecionadores que há muito se sentem atraídos pela vanguarda da arte nos novos meios”.