Sem gás o inverno chegará mais cedo

A Europa e o Mundo testemunham um confronto que não deixa de lado qualquer possível arma. Desta vez, o gás, matéria-prima essencial ao dia-a-dia de muitas pessoas e um dos maiores alimentadores da máquina de produção europeia, foi outra vez selecionado como resposta para as tensões latentes entre a Europa e Moscovo.

Na passada sexta-feira, dia 17 de junho, Itália e Eslováquia afirmaram que a empresa estatal russa, Gazprom, reduziu as quantidades de gás facultadas a estes dois países, como resposta às sanções impostas e apoiadas pela UE.

Our product, our rules. (…) We don’t play by rules we didn’t create.” afirmou o CEO da empresa russa, depois de se saber que a redução de gás enviado seria na ordem dos 40% devido à manutenção na Nord Stream 1, que vai pelo Mar Báltico até à Alemanha – fornecimento este que representa 40% das importações de gás russo pela Europa.

Assim, a Itália e a Eslováquia juntam-se a países como a Polónia, a Alemanha e a França ao verem as suas reservas de gás não se preencherem como seria de esperar. 

Enquanto a Gazprom fez este movimento, a UE sentiu necessidade de criar um plano para que, na Europa, a crise energética se fizesse sentir da forma mais suave possível. Anteriormente, a UE afirmou que tinha como alvo atingir um armazenamento de gás na ordem dos 80% em relação à sua capacidade total até 1 de Novembro.

Outro cenário em cima da mesa, é a possível necessidade de racionar energia. O aumento dos seus preços e a menor quantidade de disponibilização de energia por pessoa poderão vir a ser possíveis consequências da emergência energética que vivemos, numa altura em que o foco será garantir segurança energética para os serviços e para o mundo industrial. Porém, medidas de racionamento de energia, numa fase em que a inflação aumenta e os preços de todos os bens sobem, são extremamente impopulares e acabam por colocar uma pressão adicional nos governos em atividade.

Numa conferência em Kiev, Mario Draghi, primeiro ministro italiano, afirmou que as justificações dadas pela Gazprom são falsas e que a Rússia está a dar um uso político ao Gás para obter dividendos disso. Também o ministro da economia alemão, Robert Habeck afirmou que a necessidade de  armazenar gás é imensa, nesta fase, e que Putin está a avançar com medidas que todos temiam: a diminuição das quantidades de gás facultado à Europa, passo a passo.

Na Alemanha, a empresa energética Uniper afirmou ter recebido menos 60% de gás que o acordado anteriormente e que agora procurava novas opções para compensar esta situação.

Para além das políticas, são vários os apelos aos cidadãos para terem equilíbrio na forma como gastam energia e que diminuam o seu consumo numa época mais quente, pois, como disse Habeck “every kilowatt hour helps in this situation”.

Autor: Pedro Brites

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