Esta segunda-feira, o ouro recuperou de algumas perdas que decorreram da sua maior queda percentual semanal desde março de 2020. Esta recuperação deve-se a uma estagnação na recuperação do dólar, que permitiu que fosse devolvido ao mercado o fascínio pelo metal mais conhecido do mundo.
O ouro subiu, esta segunda-feira, 1,1%, atingindo os 1.782,83 dólares por onça, enquanto que os futuros de ouro dos EUA sofreram um ajustamento positivo de 0,8%, atingindo os 1.782,90 dólares. “As pessoas estão a usar a correção para comprar ouro; nesses níveis de preços, existe valor em manter posições em ouro, especialmente no longo prazo”, afirma Phillip Streible, estrategista-chefe de mercado da Blue Line Futures em Chicago.
Os preços do ouro tinham caído cerca 6% na semana passada, queda essa motivada pelo sinal dado pela Federal Reserve (FED) de que iria efetuar uma redução das aquisições de ativos no mercado e que as taxas de juro poderiam começar a aumentar em 2023. Atualmente, os rendimentos associados a Obrigações do Tesouro dos EUA a 10 anos também têm apresentado uma tendência de crescimento, após uma baixa de quatro meses, aumentando assim os custos de oportunidade do ouro para investidores com necessidades de financiamento.
Segundo o Bank of America Global Research, a perspetiva de uma FED com uma política mais agressiva associada com o risco de aumento das taxas de juro reais, irão manter os preços do ouro controlados até ao final do ano. Já Phillip Streible, prevê que o ouro atinja valores acima dos 1.800 dólares, acreditando na continuidade das aquisições de ativos pela FED e que as taxas de juros não subirão tão cedo.
Os participantes do mercado aguardam os discursos no Congresso de vários funcionários do Banco Central dos EUA, incluindo o presidente da FED, Jerome Powell, que deve falar nesta terça-feira.
Autor: Fábio Lopes
