Nunca a qualidade de vida e a saúde mental dos trabalhadores foi tão valorizada como atualmente, tanto pelos trabalhadores quanto pelas empresas, que precisam se adequar às necessidades dos seus colaboradores, a cada dia mais exigentes. A realidade é que os líderes finalmente se deram conta que, sem saúde mental, o potencial dos trabalhadores está limitado e, consequentemente, o desenvolvimento da própria empresa.
Apesar dos avanços, Portugal está entre os três países europeus com maiores índices de depressão. Além disso, de acordo com estudo realizado em 2020, Portugal é um dos países europeus com maior risco de Burnout (Síndrome de esgotamento profissional). No Relatório da Felicidade Mundial, Portugal ocupa a 56º posição, um dos níveis de felicidade mais baixos da Europa.
Estima-se que, nas empresas portuguesas, os custos relacionados aos problemas de saúde psicológica no trabalho atingem 3,2 mil milhões de euros devido ao absentismo e à redução da produtividade dos trabalhadores. O mesmo estudo, realizado pela Ordem dos Psicólogos Portugueses, defende que a prevenção e a promoção da saúde psicológica e do bem-estar nas empresas podem reduzir as perdas de produtividade pelo menos em 30%, ou seja, resultar numa poupança de cerca de mil milhões de euros por ano.
Entretanto, tudo indica que este cenário está por mudar, não apenas devido à mudança da mentalidade das empresas e dos seus trabalhadores, mas também à nível legal. No início de junho, o Conselho de Ministros aprovou a proposta de lei que integra alterações à legislação laboral, entre elas, o projeto para a redução da semana de trabalho para quatro dias.

Maysa Deliberador, 25 anos, licenciada em Gestão pela Universidade Católica de São Paulo, atualmente frequenta o 3º ano da licenciatura em Psicologia na Universidade Católica Portuguesa. Seu interesse no impacto dos acontecimentos políticos e econômicos nas pessoas e sua paixão pela escrita fez com que se tornasse embaixadora da MeuCapital.