Santuário de Fátima declarou rendimentos de 14,9 milhões de euros em 2021

Foram divulgados, pela primeira vez na última década, os dados contabilísticos do Santuário de Fátima. Os rendimentos ficaram na casa dos 14,9 milhões de euros e os gastos situaram-se nos 14,2  ME. Os resultados configuram um cenário de recuperação, já que em 2020 o Santuário tinha sofrido uma perda de receitas de 53,7% relativamente ao ano anterior. Mais de metade dos rendimentos provêm das doações dos fiéis, isentas de imposto.

À medida que nos aproximamos do célebre 13 de agosto, que reúne na Cova da Iria milhares de pessoas, em especial emigrantes portugueses,  há uma novidade em relação ao ano anterior. Após ser alvo de críticas e pressões por parte de vários grupos e organizações, a instituição apresentou, em março, um balanço dos 3 últimos anos em matéria financeira, no 43.º Encontro de Hoteleiros. Para o padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário, os dados foram fornecidos “em nome da transparência, procurando corresponder aos apelos do Papa Francisco e por decisão do Conselho Nacional do Santuário de Fátima. Estes valores são sempre auditados por entidade externa e aprovados pelos órgãos próprios como sempre tem acontecido”.

A pandemia levou a uma redução drástica do número de peregrinos durante boa parte de 2020 e de 2021, devido às restrições e limites à lotação, com graves consequências na economia local, fortemente dependente do turismo religioso. Para já, nas palavras do reitor, a grande lacuna continuam a ser os grupos estrangeiros, principalmente os asiáticos. Espanha com 319 grupos (13.024 peregrinos), Polónia com 71 (2.450) e Itália, com 47 (1.326) foram os países que mais pessoas trouxeram à Cova da Iria, em 2021. Entre as peregrinações organizadas no último ano, 601 foram estrangeiras (23.618 peregrinos) e 435 portuguesas (48.780 peregrinos), menos 76,4% face a 2019, antes da pandemia. 

Ainda assim, o último ano pode ser considerado de retoma para o Santuário mariano. Apesar da variação de rendimentos entre 2019 e 2020 ter sido de 53,7%, se compararmos entre 2019 e 2021 é bem menor, de apenas 26,3%. Sabe-se ainda que em 2019, dos 18,9 ME euros em gastos, 6 milhões foram com pessoal (a maior fatia) e 3,7 milhões foram em fornecimentos e serviços externos. O Santuário tem mantido desde então um gasto em depreciações e amortizações na ordem dos 4,3 ME.

Pela distância nos números prevê-se uma recuperação gradual. Espera-se que as Jornadas Mundiais da Juventude de 2023, com a tão ansiada visita do Papa Francisco, marquem a inversão do ciclo recessivo e a retoma para uma situação equivalente à do período pré-pandemia.

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