Nos últimos tempos, a economia global tem vindo a sentir as consequências de conflitos armados e de questões geopolíticas. Aquilo que acontece é que, em última instância, são os consumidores que mais sentem o impacto.
Já se começa a tornar um hábito para os consumidores depararem-se com preços nos supermercados superiores aos que eram praticados regularmente, consequência da crise energética e procura pós-pandémica, superior à capacidade de oferta de muitas empresas.
Na realidade, comparando um dado cabaz de bens, segundo análise da DECO Proteste, na última semana chegou mesmo a registar-se uma ligeira descida, situando-se nos 206,35 euros, face aos 206,39 euros praticados na semana anterior (de 2 de setembro).
Para que se perceba o cabaz de bens é composto por 63 produtos alimentares essenciais como como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.
Na semana de 1 a 8 de setembro, os dez produtos que registaram as maiores subidas no seu preço foram as ervilhas congeladas (+19%), a curgete (+13%), os cereais, tais como o trigo, arroz e aveia (+12%), o café moído (+9%), o iogurte líquido de morango (+8%), os douradinhos de peixe (+7%), a cebola (+7%), a massa espiral (+6%), a alface frisada (+6%) e, por fim, o pão de forma sem côdea (+5%).
No entanto, se quisermos fazer uma comparação desde 23 de fevereiro até 8 de setembro, os dez produtos que tiveram o maior aumento do seu preço foram os brócolos (+41%), a couve-coração (+32%), a pescada fresca (+31%), o frango inteiro (+31%), o bife de peru (+28%), o óleo alimentar 100% vegetal (+26%), a bolacha Maria (+25%), as costeletas de porco (+24%), o café moído (+21%) e a dourada (+20%).
Portugal acaba por sair bastante prejudicado na medida em que se trata de um país que é fortemente dependente dos mercados externos para o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno.
Sérgio Garcez, 20 anos, natural de Viana do Castelo. Atualmente frequenta o 3.º ano da licenciatura em Gestão na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP). Dado o seu interesse pela área financeira e o seu gosto pela escrita, ingressou na MeuCapital em março de 2022, com o objetivo de promover a literacia financeira em Portugal.
