Rússia corta fornecimento de gás à Europa

A Gazprom voltou a cortar o fornecimento de gás à Europa, interrompendo os envios de gás do Nord Stream 1, um gasoduto que liga a costa oeste da Rússia até à Alemanha. Segundo informações da empresa estatal russa a razão para a paragem são trabalhos de manutenção que vão ser desenvolvidos em conjunto com a Siemens

O gasoduto Nord Stream estará durante 3 dias parado, pois a única turbina que se encontra em funcionamento, localizada na estação de Portovaya, terá de sofrer trabalhos de manutenção. Segundo comunicado da empresa russa, “É preciso fazer manutenção a cada 1.000 horas de operação”. 

No entanto, esta justificação não convence o lado alemão, que considera que esta interrupção tem uma justificação política de punir o país e a Europa pelo apoio monetário e militar que tem sido dado à Ucrânia desde a sua invasão. 

Klaus Mueller, chefe da Rede Federal de Energia da Alemanha, apelidou a decisão de “tecnicamente incompreensível”. Acusando o Kremlin de estar a utilizar a energia como arma contra Berlin pelo apoio dado a Kiev. Acrescentando que a sua experiência mostra que Moscovo “toma uma decisão política após cada denominada manutenção”.

A Europa atravessa um período de dificuldade a nível energético, com alguns países, incluindo a própria Alemanha, a imporem medidas com vista ao racionamento da energia. O maior país da União Europeia já começou a proceder à reativação das suas centrais a carvão e a tomar medidas como a diminuição da intensidade da iluminação pública, controlo de temperatura em espaços públicos e a impor uma quota na utilização de gás por habitante.  

A Alemanha tem uma dependência energética muito elevada da Rússia, no início do ano esta dependência superava os 60%. No entanto, com o início da invasão da Rússia na Ucrânia, o país de Putin diminuiu em um terço os envios de gás aos germânicos, com o governo de Olaf Scholz a afirmar que esta redução mostra que o país tem de deixar a dependência russa e começar a pensar em medidas sobre um “novo tipo” de fornecimento e armazenamento de gás. 

Também outros países europeus relatam cortes da Rússia no fornecimento de energia, com países como a Polónia ou os países do Báltico a verem o fornecimento de gás russo ser totalmente cortado, depois de se recusarem a proceder ao pagamento do gás em rublos, como foi pedido pelo governo de Moscovo. Já a Itália viu o seu fornecimento de gás russo ser cortado em 25%, com a petrolífera Eni a afirmar que a Gazprom comunicou que Itália iria receber cerca de 20 milhões de metros cúbicos de gás, contra os 27 milhões de metros cúbicos nos últimos dias. Também a França sofrerá cortes de fornecimento de gás derivado a um desacordo sobre a execução dos contratos, no entanto, a Engie, empresa energética francesa, diz que as reservas de gás em França se encontram a 90% e poderá continuar a fornecer gás aos seus clientes.

Autor: Mário Costa

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