A Rocket Lab começa a atrair cada vez mais os investidores. A empresa quer ter os seus próprios meios de lançamento, operar os seus próprios satélites, e fornecer serviços a outros clientes. “Uma empresa espacial de ponta a ponta“, afirma o CEO Peter Beck.
Nos dias de hoje, a Rocket Lab e a SpaceX são duas das principais empresas privadas que levam a cabo lançamentos para o espaço.
Desde a sua fundação em 2014, a Rocket Lab completou um total de 18 lançamentos, sendo que colocou 97 satélites em órbita em nome de mais de 20 clientes. Tem um total de três plataformas na Virgínia, EUA e na Nova Zelândia e cada uma pode suportar até 44 lançamentos por ano.
O seu foguete Electron destina-se ao lançamento de satélites de relativamente pequena dimensão para o espaço. O projeto que se segue inclui um novo foguetão de média dimensão com uma capacidade de carga útil de 8 toneladas. Terá o nome de Neutron e será o concorrente direto do Falcon 9 da SpaceX.
A Rocket Lab espera que 98% dos satélites a serem lançados até 2029 sejam levantados por um desses dois foguetes. Ambos têm componentes reutilizáveis, o que reduz o custo e o tempo de preparação de um lançamento. O foguete Neutron também poderá transportar astronautas humanos e estará pronto para ser utilizado em 2024.
O outro produto da Rocket Lab é um satélite que já orbita a terra, chamado de Photon. A empresa tem planos de enviá-lo para a Lua, Marte e Vénus. Trata-se de uma “solução de satélite chave na mão” concebida e lançada pela Rocket Lab para poupar tempo e custos aos clientes.
A Rocket Lab está a tornar-se uma empresa cotada na bolsa ao fundir-se com a Vector Acquisition através de uma SPAC ($VACQ). Se aprovado pelos acionistas, espera-se que esse negócio seja fechado no segundo trimestre de 2021. Entretanto, os investidores interessados podem comprar ações da Rocket Lab.
A Rocket Lab espera ter perto de 1,6 mil milhões de dólares de receitas em 2027, enquanto que em 2021 a previsão aponta para 69 milhões. Até 2027, a empresa projeta cerca de 900 milhões de dólares em receitas de lançamento e 700 milhões de dólares vindos dos seus space systems.
A administração espera que o Ebitda (receitas antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atinja cerca de 500 milhões de dólares em 2027 e que a empresa atinja o limiar de rentabilidade em 2024.
“A Rocket Lab é uma empresa única numa geração“, diz o CEO da Vector Acquisition, Alex Slusky. Acrescenta que “há muita diferença entre uma empresa ter no seu portefólio dezenas de lançamentos com fornecimento de serviços a clientes contra ter apenas aspirações de um dia completar o seu primeiro lançamento”.
Slusky, que é o fundador e CIO da empresa de capital privado Vector Capital (o patrocinador da SPAC), vai juntar-se ao conselho de administração da Rocket Lab assim que a fusão for encerrada.
O acordo da Vector Acquisition com a Rocket Lab vai trazer à empresa cerca de 740 milhões de dólares após despesas, provenientes do fundo fiduciário da SPAC de 320 milhões e um PIPE de 470 milhões de investidores institucionais incluindo a Vector Capital, BlackRock, e Neuberger Berman.
Considera-se que é um grande crescimento projetado no papel, porém é uma área explorada por poucas empresas e com um potencial infinito. Os investidores terão de decidir se valerá a pena arriscar.