A discussão em torno das preocupações ambientais, da sustentabilidade, da eficiência energética e do Environmental, Social e Governance (ESG) tem crescido nos últimos tempos e influenciado os mais diversos âmbitos do nosso dia-a-dia. O crédito à habitação não é exceção.
A procura de edifícios sustentáveis tem crescido e, ao que parece, vai continuar a aumentar. Neste sentido, os bancos têm reforçado a oferta de crédito para a compra de casas amigas do ambiente, oferecendo reduções nas taxas de juro – que, em alguns casos, vão até aos 0,15 pontos percentuais – e nas comissões dos empréstimos.
Estes incentivos estão, sobretudo, associados a um conjunto de caraterísticas do imóvel, como:
- o ano de construção,
- a localização,
- se tem – ou não – painéis solares,
- o isolamento térmico,
- se os equipamentos instalados são de baixo consumo,
entre outros. Dependendo do desempenho energético dos edifícios, o imóvel é avaliado com uma letra dentro de uma escala, que vai de A+ (o mais eficiente) a F (o menos eficiente).
Há, ainda, novas propostas naquilo que concerne à compra e reforma de imóveis em segunda mão. Esta é uma proposta da UCI, que foi a primeira instituição de crédito a lançar os empréstimos green em Portugal, com uma bonificação de 0,10% na taxa de juro dos empréstimos para aquisição de imóveis novos ou para a construção de moradias com classificação energética A.
De acordo com Pedro Megre – presidente executivo da instituição em Portugal – os planos incluem também um crédito suplementar para obras, com o objetivo de melhorar a eficiência energética dos imóveis.
Na prática, adquirir uma casa com uma boa classificação energética – o que significa classificações entre A+ e B- – dá-nos, à partida, a garantia de um imóvel com condições vantajosas no que respeita ao pagamento de impostos, como é o caso do IMI. Por outro lado, devemos também considerar a redução per se dos consumos de energia e, por consequência, nas faturas mensais. Esta última questão, a da racionalização do consumo energético, é, por si só, um argumento de peso numa época em que a questão do preço e da disponibilidade da energia estão na ordem do dia.
Assim, as condições oferecidas pelos bancos – que cada vez são mais e mais variadas – são apenas um incentivo extra a uma compra sustentável e a poupar a curto, médio e longo prazo.
Carolina Miguel Pedro Ferreira nasceu em 1997 e é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. O seu gosto pela escrita e a vontade de aprofundar os seus conhecimentos na área económico-financeira levaram-na a integrar a MeuCapital em outubro de 2021, tendo assumido também, entre novembro de 2021 e março de 2022, a função de Team Leader.