O empreendedorismo é um conceito que tem vindo a ganhar dimensão e relevo ao longo dos anos, embora, para muitos, não passe de uma vaga ideia associada ao mundo dos negócios.
Empreender significa dar início, colocar em execução uma determinada tarefa ou ação. Desta forma, o empreendedorismo pode ser definido como uma atitude de quem idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar produtos, serviços, entre outras atividades, com iniciativa própria.
A crise económica e financeira mundial que começou em 2008 vai marcar para sempre a história da humanidade. O Produto Interno Bruto (PIB) de vários países apresentou decréscimos significativos, enquanto as taxas de desemprego aumentaram bastante.
Apesar da dura realidade que estes indicadores macroeconómicos nos revelam e que marcou a vida de milhões de pessoas pelo mundo, a crise de 2008 deu a conhecer o conceito de empreendedorismo a muita gente, graças àqueles que, num período de instabilidade e incerteza, tiveram a coragem para seguir com as suas ideias em frente.
A verdade é que muitas das empresas mais famosas da atualidade, cujos produtos fazem parte do nosso quotidiano, foram fundadas durante essa crise. É o exemplo de empresas como o Whatsapp, Venmo, Uber e Slack, criadas no ano de 2009, um dos piores anos da recessão.
Ainda que tenha sido a crise mundial de 2008 a introduzir a grande maioria das pessoas ao conceito de empreendedorismo, este só veio a ganhar forma nos últimos anos. No panorama português, no ano de 2019, as startups (empresas numa fase inicial, com elevado potencial de crescimento) já representavam 1,1% do PIB.
Intuitivamente, seria fácil apontar como principal vantagem das startups na economia e na sociedade o facto de criarem riqueza. Mas, a verdade, é que os seus impactos são mais extensos que isso.
Os empreendedores são, muitas vezes, os responsáveis por liderar iniciativas inovadoras no setor privado, iniciativas essas que permitem o aparecimento de novos produtos e serviços com relações custo-benefício mais vantajosas para os consumidores.
As soluções criadas permitem, várias vezes, a diminuição de custos e de desperdícios em áreas como a construção civil, agricultura, indústria alimentar, entre outras, apresentando, portanto, uma consciência ambiental.
Por outro lado, a produção de novos produtos e serviços requer materiais e capital, não só tecnológico, como também humano, gerando desta forma emprego, bem como garantindo a sustentabilidade dos negócios que os fornecem.
Do ponto de vista comportamental, também é simples perceber os efeitos do empreendedorismo e das startups. Para isso, basta pensar o quão determinados produtos mudaram a nossa vida e os nossos hábitos de consumo. Hoje em dia é imprescindível à sobrevivência de um grupo de amigos, ou de trabalho, ter um grupo no Whatsapp. Quando saímos à noite, é mais certo que voltaremos de Uber, do que saber as horas de regresso. Quando não nos apetece cozinhar, sabemos que podemos contar com a Glovo para não ter que saltar a refeição.
Posto isto, é possível concluir que o empreendedorismo é essencial ao desenvolvimento de uma economia e de uma sociedade, especialmente nos dias de hoje.
Autor: Tomás Graça | Fonte
