Qatar e Alemanha: o acordo de abastecimento está finalmente fechado

Desde o início do conflito bélico provocado pela Rússia contra a Ucrânia, o abastecimento russo foi cortado para os países ocidentais dependentes. A Alemanha, um dos principais consumidores de gás russo, foi intensamente afetada e teve de realizar várias ações de abastecimento recorrendo a outros fornecedores, tendo despendido preços exorbitantes. 

2 milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito

Após largos meses de negociação, o acordo foi finalmente fechado entre ambos. O Qatar vai ser o fornecedor maioritário da potência alemã e serão enviadas 2 milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito (GNL) por ano. O tempo de negociação alargou-se para além do que seria previsto pelo Chancellor alemão, uma vez que a Alemanha não queria expor-se ao longo período de tempo que a QatarEnergy normalmente implementa nos seus contratos. 

Sinergia de esforços para garantir o abastecimento

Segundo o CEO, Saad Sherida al-Kaabi, este deseja contribuir com o que for necessário para abastecer energeticamente o povo alemão e europeu. O Ministro da Energia do Qatar referiu também que a Alemanha representa um mercado de GNL importante na Europa, sendo que a, QatarEnergy está comprometida em realizar um abastecimento seguro.

Como irá decorrer o processo de abastecimento?

Em termos operacionais, o gás irá ser transportado para a Conocophillips, uma empresa de exploração de petróleo, gás natural e produtos energéticos sediada nos Estados Unidos que fará a ponte para a Alemanha no terminal de Brunsbüttel, uma cidade da Alemanha localizada no distrito de Dithmarschen

As operações de abastecimento estão estipuladas para começar em 2026 e o contrato estende-se aos próximos 15 anos. 

QatarEnergy

A QatarEnergy detém uma quota de mercado imponente a nível mundial, sendo que a Alemanha será mais um país a beneficiar dos seus serviços de abastecimento. Com os germânicos, estão também os chineses que na passada semana assinaram um contrato de abastecimento de 27 anos para exportar 4 milhões de toneladas de GNL por ano. 

Uma das razões pela qual a Alemanha não assinou um contrato de 20 ou mais anos, prende-se com o facto de o governo alemão possuir o objetivo da neutralidade carbónica até 2045 e a consequente redução de consumo de gás natural até metade de 2030.

Assim, a Alemanha encontrou uma alternativa para fugir à dependência russa à qual estava associada. Para o governo alemão, esta deve ter sido uma negociação difícil, mas, com certeza, importante para reforçar a sua visão sobre a aposta em fontes de energia renovável de forma a recorrer a energia verde e alemã.



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