Proposta de aumento dos impostos sobre as empresas nos EUA

O governo de Biden pretende aumentar os impostos sobre as empresas de 21% para 26,5%.

O aumento dos impostos sobre as empresas tem como objetivo diminuir a carga fiscal direcionada às famílias, principalmente da classe média. Neste seguimento, sem prejudicar as contas públicas, Biden opta por aumentar a tributação da riqueza em vez de sacrificar o trabalho das famílias com altas taxas de tributação.

A economia americana é uma potência económica e compará-la com a economia portuguesa seria totalmente desapropriado. Todavia, de forma a compreender melhor esta medida levada a cabo por Biden, pode ser realizado um paralelismo com a tributação em Portugal. Caso a tributação das empresas portuguesas aumentasse, estas iriam automaticamente ver os seus lucros diminuírem.

Deve-se ter presente que o tecido empresarial português é maioritariamente constituído por micro entidades, ao contrário do que se passa na economia americana, e, por isso, estas não teriam capacidade para suportar um aumento na carga fiscal, por pouco que este fosse. Caso tal acontecesse, as empresas teriam de aumentar o preço dos bens e serviços que oferecem, de forma a não verem as margens de lucro diminuírem, e isso levaria a um consequente aumento do nível de preços. Face ao exposto, e tendo em conta que os rendimentos das famílias se manteriam, estas iriam ver o seu poder de compra diminuir drasticamente. Assim, é possível constatar que o aumento da tributação das empresas em Portugal tem uma influência direta no poder de compra das famílias portuguesas.

Analisando o enquadramento fiscal na economia americana, vê-se, desde logo, um cenário totalmente diferente, visto que a maioria das empresas americanas são grandes empresas, veja-se o caso da Apple, Amazon, Facebook, McDonalds, entre outras. Assim sendo, o aumento dos impostos não afeta de uma forma tão direta as famílias americanas, no sentido em que estas empresas não vão sentir de uma forma tão notória a diminuição dos lucros devido ao aumento da taxa de tributação, e daí não vão repercutir nos preços.

Porém, numa outra perspetiva de análise, tem-se que o aumento proposto de tributação é de 5,5 pontos percentuais e, por isso, as empresas podem migrar os seus postos de venda ou produção para países mais atrativos do ponto de vista fiscal.

Apesar do contexto ser diferente do português, todas as empresas funcionam com um único objetivo, ou seja, a obtenção de lucros. O facto de se estar numa era global, com uma enorme facilidade de troca de centros de produção para países mais favoráveis ao nível fiscal, pode levar a que algumas empresas americanas migrem as suas fábricas para países mais apelativos, de forma a não serem tão tributados. Deve ser também considerado os custos que serão suportados pelas empresas com essa transição, de maneira a analisar qual a solução mais vantajosa para essas entidades.

Autora: Márcia Soares

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