Segundo dados publicados pelo Banco de Portugal a 21 de dezembro, foram registados números recorde na procura por Certificados de Aforro em Portugal, atingindo o valor de 17,7 mil milhões de euros , um aumento de cerca de 10.5%. Certificados de Aforro são “dívida pública com capital garantido”, isto significa que o grau de segurança deste tipo de investimento é total, pois é o Estado Português (a quem estamos a emprestar o dinheiro) a entidade responsável pelos retornos e a taxa de juro aplicada no momento.
Desde novembro de 2018 que o stock de certificados de aforro aumenta numa base mensal, apenas com uma ligeira descida registada em Março de 2020. Mas quais têm sido os fatores que têm motivado cada vez mais portugueses a investirem neste tipo de certificados? A razão é simples: maiores retornos devido à subida da taxa Euribor e o facto de os depósitos a prazo renderem muito pouco.
Subida das taxas de juro tem sido o motor
Após indicação por parte do Banco Central Europeu da subida das taxas de juro, algo que tem sido visível ao longo deste ano, passando de uma taxa de juro bruta para Certificados de Aforro de 0.63% em junho de 2022 para 2.842% atualmente, permitindo um considerável aumento na atratividade deste tipo de investimento.
Alternativa aos típicos depósitos a prazo
Outra das justificações deste aumento na procura de certificados de aforro prende-se pela alternativa segura encontrada pelos portugueses para investirem as suas poupanças e obterem maiores retornos a longo-prazo. É sabido que depósitos a prazo são o tipo de investimento preferido de maior parte dos portugueses, não só pela, talvez, falta de informação sobre possíveis alternativas para aplicarem as suas poupanças, mas também pela segurança obtida pelo Fundo de Garantia de Depósitos, que garante a cobertura dos depósitos em caso de falência da instituição bancária, isto para depósitos até 100 mil euros. Contudo, atualmente os bancos oferecem taxas de juro muito baixas (próximas de zero) e os custos associados de manutenção de conta muita das vezes anulam qualquer possibilidade de retornos das poupanças depositadas.
Certificados de aforro constituem então uma alternativa segura e, com a contínua subida das taxas de juro, uma opção bastante atrativa para evitar ter “dinheiro parado no banco” e conseguir obter retornos com as nossas poupanças.
Autor: João Diogo Vieira
