Princípios a ter em conta antes de investir

Investir pode ser um pouco intimidante, especialmente quando é a primeira vez. Deste modo, neste artigo, serão apresentados alguns conselhos para quem está a começar a fazê-lo.

1. Ter objetivos

Antes de começar a investir, é um bom princípio responder às seguintes questões: “Porque estou a investir, e o que pretendo atingir?”. Um exemplo será o objetivo de atingir 10.000€ em 8 anos.

Tendo pensado sobre esta questão, torna-se mais fácil saber como e em que ativos investir.

2. Ter uma estratégia de investimento definida e mantê-la

Existem várias estratégias de investimento, sendo que fazer uma escolha à qual se consegue manter fiel é extremamente importante. Assim, deve definir a estratégia tendo em conta o grau de aversão ao risco, período de investimento e retornos esperados.

Deste modo, se se concentrar em uma só estratégia, com o tempo vai ganhando experiência e, ao se tornar proficiente na mesma, começará a obter retornos positivos.

No entanto, existem muitos defensores de uma estratégia em particular: a estratégia de valor (que consiste em comprar um ativo financeiro quando este está sub-valorizado e vendê-lo quando estiver corretamente valorizado ou sobre-valorizado). Embora seja bastante intuitiva, a estratégia nem sempre é seguida. Isto ocorre não só porque muitas pessoas não são pacientes o suficiente, mas também porque muitas associam um preço baixo a um mau investimento.

Esta é uma das estratégias de investimento muito usadas pelo famoso Warren Buffet.

3. Diversificação

Não só é esta uma boa opção que permite reduzir a volatilidade/risco dos investimentos, mas também para o investidor ter a segurança de que a falência ou a descida de preço das ações de uma empresa não afeta tão drasticamente a rentabilidade do portfólio.

Tentar obter retornos supra-normais ao somente investir em stocks que estão “na moda” não traz bons resultados no longo prazo.

4. Familiarizar-se com demonstrações financeiras

As melhores empresas para começar a investir são aquelas que estão listadas publicamente. Nestes casos, as empresas são obrigadas a divulgarem algumas demonstrações financeiras num relatório anual (no caso dos EUA corresponde ao relatório 10-K).

Nestes relatórios estão incluídas bastantes informações que devem ser tidas em conta aquando da decisão de investimento.

5. Pensar no longo prazo

O mercado financeiro pode ser bastante volátil no curto prazo. No entanto, não devem ser pequenas flutuações num curto espaço de tempo que devem ditar as decisões de investimento. Estas flutuações, que muito provavelmente vão ser corrigidas no futuro, podem ser provenientes de elevados custos de transação, por exemplo. Não entrar em pânico é fulcral!

O ideal é ter posições longas nos investimentos que se fizerem, tal como é recomendado por Warren Buffet, que chega a ter posições em empresas durante bastantes anos.

Também é importante não entrar nos esquemas de “ficar rico rápido”. Os mercados financeiros podem fornecer-lhe retornos bastante positivos, mas normalmente no longo prazo.

6. Dividendos são bons

O retorno de um indivíduo que invista em ações vem de duas componentes: a variação do preço da ação, e dos dividendos.

Os dividendos, sendo a parte do resultado líquido distribuída aos investidores, são uma forma de rendimento passivo que, por isso, aumentam a riqueza, e que podem contrabalancear algumas descidas dos preços das ações.

No entanto, é necessário ter em conta que algumas empresas que pagam muitos dividendos podem deixar de o fazer no futuro porque a empresa não é capaz de manter esse nível alto de dividendos.

7. Não há uma medida perfeita

Price to Book value, Price Earnings Ratio, Dividend Yields são todos rácios utilizados para a análise de empresas. No entanto, nenhuma medida deve ser usada sozinha. O ideal é ter uma abordagem holística, fazendo não só uma análise quantitativa como qualitativa da empresa

8. Investir apenas no que se entende

Existem bastantes investimentos que nem sempre são fáceis de entender para um investidor iniciante. Exemplos destes são a bitcoin (ou outras criptomoedas) e ações de marijuana.

O mesmo se aplica com determinados derivados financeiros. Existem bastantes opções, e pode tornar-se difícil para um investidor iniciante avaliar o investimento se não o entende na sua totalidade.

Este conselho também é válido para empresas. De modo a investir em ações é necessário avaliar a empresa, e se no processo o investidor considerar que não é capaz de perceber o negócio, o melhor é não investir.

9. Os impostos podem ser um grande custo a ter em conta

Os impostos sobre as mais-valias obtidas nos mercados financeiros são diferentes caso se tenha detido a ação por mais ou menos do que 2 anos (sendo que no caso dos EUA é 1 ano), sendo que o imposto é mais baixo no primeiro caso.

O caso português é bastante complexo, sendo o processo “um labirinto” fiscal, como refere a partner da Deloitte e especialista em impostos pessoais Rosa Freitas Soares numa entrevista ao Jornal Económico. No entanto, de uma maneira geral, o imposto sobre dividendos e compra e venda de ações é de 28%, podendo ser menos no caso de a ação ser detida “há mais de 24 meses”.

É importante ter estas questões em consideração para poder investir da forma mais eficiente. No caso português, vale a pena deter ações por mais de 2 anos e realizar investimentos para esse prazo ou outro mais longo.

Embora investir nos mercados financeiros apresente sempre riscos, ao investir de uma forma informada e com uma estratégia consistente, é possível obter retornos positivos, sendo estes uma excelente forma de rendimento.

Autora: Ana Margarida Costa

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