Na passada sexta-feira a benchmark do preço de petróleo bruto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ultrapassou os 80 dólares por barril pela primeira vez desde novembro de 2014.
Mesmo com a procura mundial a crescer à medida que a atividade económica volta a níveis pré-pandémicos, a produção de combustíveis fósseis ainda tem um longo caminho a percorrer. Os preços do petróleo subiram nos últimos dias juntamente com um rally mais amplo noutras commodities, como o gás natural e o carvão, enquanto uma crise energética varre a Europa e a Ásia.
A perspetiva de uma retoma mundial pós-pandemia gera a expectativa de que a procura cresça mais do que a oferta, sobretudo com a aproximação do inverno, o que está a empurrar o preço para cima. O aumento dos preços do gás natural levaram ao aumento da procura de crude, uma vez que as centrais elétricas (particularmente, as asiáticas) e outros utilizadores de gás mudaram para o petróleo.
A West Texas Intermediate (WTI) crude futures – a referência petrolífera dos EUA e uma das três principais do mundo – está no bom caminho para um sétimo ganho semanal consecutivo de crescimento do preço do barril de crude. A mais longa série de vitórias semanais desde dezembro de 2013.
Só neste ano, tanto a WTI como a Brent – outra benchmark de crude – tiveram uma valorização de cerca de 60% na avaliação do preço do barril. Certas previsões que anteriormente relatavam um preço para o trimestre corrente de 75 dólares por barril começam a colocar as suas expetativas mais acima, no valor de 85 dólares.
Os preços do petróleo receberam um impulso no início da semana após a OPEP (que controla cerca de 40% da produção global) e os seus aliados terem optado por um acordo prévio para aumentar a produção em 400.000 barris por dia em novembro, apesar da recente escassez de combustível.
Entretanto, o Departamento de Energia do governo estadunidense alegou que estava a monitorizar os mercados energéticos, mas não anunciou ações imediatas para baixar os preços, tais como uma libertação das reservas estratégicas de petróleo, o que apoiaria ainda mais o mercado petrolífero.
A cotação internacional do petróleo mais elevada traduz-se em maiores custos de comercialização e, como tal, preços mais elevados nas bombas de gasolina.
Autor: Pedro Mirão