PPP no hospital de Cascais poupa 230 milhões ao Estado

Fonte da imagem: Revista Sábado

O grupo de saúde Lusíadas vai deixar no final deste ano a parceria público-privada que mantinha com o Estado para gerir o Hospital de Cascais. No final desta parceria, o seu balanço estima-se que tenha permitido uma poupança de 230 milhões de euros para o Estado.

Depois do Hospital de Braga, do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures e do Hospital de Vila Franca de Xira, será agora a vez do Hospital de Cascais ver o contrato da sua PPP chegar ao fim, sendo que ao contrário dos outros casos referidos, esta PPP será mantida, mas com outro parceiro, o grupo espanhol Ribera Salud, que é detida pela Centene e pelo Banco Sabadell.

Poupança de 24% por ano

Em relação à parceria com o Grupo Lusíadas, segundo Vasco Antunes Pereira, o CEO do grupo, o Estado poupou cerca de 24% por ano, isto significa que a cada 4 anos de funcionamento, o Hospital tem um ano em que tem zero custos para o Estado. “Opera quatro anos a um custo idêntico aos outros hospitais públicos e no quinto não tem custo”, se olharmos para a totalidade da parceria, que começou em 2008, a poupança ascende aos 230 milhões de euros. Durante a parceria foram realizadas no hospital de Cascais um total de 1,9 milhões de consultas, 134 mil cirurgias, 2,1 milhões de atendimentos nas urgências e realizou 32 mil partos.

Objetivos “amplamente conseguidos”

Segundo Vasco Pereira, os objetivos da PPP foram “amplamente conseguidos”, sendo as principais vantagens da parceria o facto de haver a flexibilidade na contratação, que permitiu, por exemplo, evitar o fecho das urgências e da maternidade, uma vez que a PPP “permite uma maior flexibilidade, trazendo para cima da mesa modelos contratuais muito mais adaptados às necessidades de hoje em dia do que o modelo mais rígido dos hospitais de gestão pública”. O seu balanço é também positivo, no que toca ao grupo, devido à “muita aprendizagem e muito crescimento pela oportunidade de trabalhar com o SNS”, afirmando ainda que o principal motivo que ditou a não renovação da parceria, prendeu-se com os valores que o Governo pretendia para a renovação de contrato que ponham em causa, quer a qualidade do serviço prestado às populações, quer a sustentabilidade do projeto.

Tal como foi dito anteriormente, apesar do fim da parceria com o Grupo Lusíadas, a PPP no hospital de Cascais, irá continuar mas com os espanhóis da Ribera Salud. Trata-se assim de uma mudança de política por parte do governo socialista de António Costa, uma vez que nos casos de Braga, Loures e Vila Franca de Xira, finalizado o contrato de parceria, os hospital voltaram para a gestão pública, sendo que, principalmente no caso da cidade minhota é público o descontentamento, quer das populações, uma vez que finda a parceria com o Grupo Mello Saúde, que detinha a gestão hospitalar, o hospital passou de um dos mais bem gestionados da ARS Norte no final de 2018, para ser, no verão passado, um dos que tinha maiores listas de espera no que toca a cirurgias; quer de autarcas, como o caso do autarca de Braga, Ricardo Rio, que afirmou no mês passado, aquando do encerramento da urgência de obstetrícia que «aquilo que aconteceu em Braga, ao longo dos últimos meses, em termos de capacidade de resposta de uma das mais modernas unidades hospitalares do país, deve ser um sintoma de preocupação sobre o estado do SNS».

DEIXA UM COMENTÁRIO

Por favor, envie o comentário!
Por favor, escreva o seu nome aqui

spot_imgspot_img

Últimas notícias

Receba o ebook "Os primeiros investimentos" GRATUITAMENTE

Basta carregar no botão abaixo

Artigos Relacionados

spot_imgspot_img