A poupança para a reforma é importante para todas as pessoas, seja para manter o estilo de vida após deixar de trabalhar ou para as despesas acrescidas com medicamentos ou a estadia num lar. Ela é também importante pela atual inversão da pirâmide demográfica, que leva a cortes das pensões que foram prometidas pelos governos.
Nesse sentido, todos devem pensar como poupar, ou seja, que instrumento financeiro escolher.
O mais conhecido em Portugal é o PPR (Plano Poupança Reforma), equivalente à Roth IRA(Roth Individual Retirement Account) nos EUA. Para compreender se a poupança para a reforma em Portugal é mais fácil, é preciso ter em conta o poder de compra, tal como as especificidades do instrumento financeiro em questão.
Comparando Portugal com os EUA, temos que o poder de compra português em 2021 era 57,2% do americano.
Isto leva à necessidade de quase o dobro da riqueza para ter um estilo de vida equiparável. Sendo assim, um português terá, em média, que poupar mais ou ter retornos mais elevados.
Em termos de produtos disponíveis, o PPR é definido pela entidade que o oferece, tendo em conta os limites legais consoante o perfil de investidor. A Roth IRA, por sua vez, permite investir em qualquer tipo de produto sem limites de peso no portefólio de cada um.
No que toca a retornos, nos últimos três anos a média foi 1,43% e 7 a 10%, para PPR e Roth. O melhor fundo em Portugal obteve apenas 3,06%, muito abaixo da média dos EUA.
Em relação a taxas, são mais altas em Portugal, mesmo havendo alguns fundos ou seguros sem comissões, chegando ao 1,5% anual. No caso americano, é cada vez mais comum as comissões nem sequer existirem.
Finalmente, as vantagens fiscais também apresentam diferenças. Em Portugal, a taxa mínima de um PPR é de 8%, com certos critérios como ter mais que 60 anos ou querer pagar prestações de um crédito à habitação. Já para a Roth, não existe qualquer imposto caso se retire o dinheiro após os 59.5 anos, isto porque o dinheiro investido já foi taxado.
O PPR oferece também deduções à coleta que variam consoante a idade, enquanto a Roth IRA tem limites de contribuição anual.
Conclui-se então que com maior poder de compra, maior liberdade e menos comissões e impostos, a situação americana é mais favorável. Se tivermos também em conta que nos EUA existem também outros planos (401k, HSA, etc) com outras vantagens, então percebemos que a poupança para a reforma em Portugal é mais difícil.
Martim Nobre, 20 anos, aluno de segundo ano de Gestão Internacional na CLSBE e natural de Lisboa. Apaixonado por conhecimento, especialmente nas áreas de finanças, política e futebol. Jovem com visão de longo prazo e grande vontade de contribuir para o aumento da literacia financeira em Portugal.