Hans Kludge, diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Europa, avisa que “haverá uma nova vaga de covid na região europeia a menos que permaneçamos disciplinados”.
De facto, o número de novos casos de covid está a aumentar por toda a Europa. Este fenómeno deve-se não só à nova variante mais contagiosa, a denominada variante Delta, mas também ao relaxamento das medidas preventivas.
É certo que o acréscimo no números de casos poderia ser minimizado através de uma maior “disciplina”, com mais restrições e, possivelmente, novos confinamentos. Mas será justo pedir isso à população geral quando estamos (ou deveríamos estar) tão perto da imunidade de grupo proporcionada pela vacinação?
A verdade é que a vacinação na Europa está a avançar num ritmo demasiado lento, a própria OMS o reconhece. No entanto, não nos iludamos que isto está a acontecer devido à pequena oferta ou produção de vacinas.
Nos EUA, estrangeiros (maioritariamente vindos da América Latina) viajam para o estado Texas para poderem comprar vacinas. Inclusive, uma agência de viagens mexicana utilizou o slogan “Aproveite Dallas, inclui vacina covid”.
À data, os países de baixos rendimentos registam uma média de 1,07 doses administradas por 100 habitantes. Segundo o Statistica, os EUA são o 22º território/país com mais vacinas por 100 habitantes. Contudo, os Estados Unidos ainda não atingiram a imunidade de grupo, uma vez que ainda não têm 95% da sua população vacinada contra a doença, como estipula a OMS. Na verdade, a região com mais população vacinada é Gibraltar com 231,78 doses de vacinas administradas por 100 habitantes. Para referência, a média da União Europeia é de 80,91 doses, sendo a de Portugal de 83,17 doses.
A vacinação em massa torna-se crucial uma vez que, sem esta, os casos de covid e restrições preventivas irão aumentar, deteriorando a situação económica mundial, e em particular a de países dependentes do turismo como os do Sul da Europa. É defendido que sem um verão com turismo, muitos negócios irão desaparecer, e tendo em conta que já passámos por um período de retração económica, as consequências podem ser catastróficas.
Com o propósito de evitar uma possível nova vaga de covid é necessário acelerar o ritmo de vacinação.
De facto, a implementação de medidas mais restritivas podem conduzir a uma degradação a nível económico, levando à falência de mais empresas, ao desemprego, à pobreza, entre muitos outros problemas associados.
Estando a vacinação em prática e havendo vacinas suficientes, estará a solução para todos esses problemas mesmo à nossa frente?
Autora: Ana Margarida Costa
