Apesar dos impactos da COVID-19, os elevados preços dos bens e serviços e do conflito vigente na Europa entre Rússia e Ucrânia, Portugal é o 8.º país mais atrativo para investimento direto estrangeiro na Europa, escalando dois lugares no top 10 dos países mais atrativos para IDE (Investimento Direto Estrangeiro).
Ainda que a economia nacional tenha sentido as adversidades causadas pelo pico da pandemia e pelas suas medidas de restrições, Portugal captou 200 projetos de investimento direto estrangeiro, o que representa um aumento de 30% face aos 154 anunciados em 2020. Segundo os dados do estudo realizado pelo EY European Attractiveness Survey 2022, que avalia anualmente a perceção dos investidores estrangeiros relativamente à atractividade da Europa e dos seus concorrentes, em 2021, 50% dos investidores consideram que a atractividade de Portugal irá melhorar nos próximos três anos e 37% estão a planear estabelecer ou expandir operações em Portugal durante o ano de 2022. As perspetivas corresponderam à narrativa e Portugal atraiu 200 projetos de autoria estrangeira em 2021.
No ano passado, foram anunciados 5.877 projetos de investimento direto estrangeiro na Europa, isto é, um valor 5% superior face ao registado em 2020, mas 12% abaixo do máximo observado em 2017. Este desempenho é explicado pelos “esforços encetados pela Comissão Europeia para promover o crescimento na região” com 63% dos inquiridos a apontarem que o “Fundo Europeu de Recuperação e Resiliência foi um fator decisivo na decisão de manter ou alargar as operações na Europa”.
Desta feita, o país líder é a França e captou 1.222 projetos de IDE em 2021, isto é, um aumento de 24% face ao período homólogo. Este desempenho é explicado pela “recuperação pós-pandemia” e pelas “reformas Macron”, adianta ainda a consultora.
A fim de que Portugal consiga escalar os seus níveis de atractividade estrangeira, o país deverá concentrar o seu esforço em estabelecer parcerias entre setor público e privado para que as políticas públicas se concentrem na melhoria da eficiência da administração pública, na agilidade do sistema jurídico, no desenvolvimento contínuo de talento e na procura de inovação e apoio aos empresários, adotando políticas fiscais favoráveis ao investimento e à aposta jovem por parte das entidades estrangeiras em Portugal.
A aposta contínua na sustentabilidade é um dos pontos mais atrativos que o país tem de manter para que surjam ainda mais projetos de cleantech e energias sustentáveis como tem sido habitual face às condições climáticas favoráveis a esse tipo de investimento.
A tecnologia, inovação, talento, sustentabilidade económica, tributária e ambiental são áreas que Portugal deve continuar a investir para que possa liderar na Europa e conseguir atrair mais projetos de investimento estrangeiro que atribuem, naturalmente, visibilidade acrescida à economia nacional.
Duarte Talhão, 18 anos, natural de Faro. Frequenta o 2º ano de licenciatura em Gestão de Empresas na Faculdade de Economia da Universidade do Algarve (UALG). Atualmente pretende desafiar-se diariamente e dado o gosto pela área económico-financeira, decidiu integrar a MeuCapital em março de 2022 onde o fulcral objetivo passa por abordar e desmistificar temas que promovam a literacia financeira e que permitam a constante aprendizagem com os restantes membros da organização.
