Ao contrário da estimativa de crescimento por Fernando Medina de 1,3% para Portugal em 2023, os técnicos europeus apontam para apenas 0,7% de crescimento, em linha com as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ainda assim, no próximo ano, Portugal deverá crescer mais do dobro da média dos países constituintes da Zona Euro.
Portugal não escapa ao abrandamento económico, que afetará o conjunto dos países da Zona Euro. Ainda assim, no próximo ano, deverá crescer mais do dobro da média dos países que a constituem. A Comissão Europeia traça agora um cenário de crescimento mais negro, com vários países, incluindo a Alemanha, a enfrentarem uma recessão económica.
Os efeitos da guerra na Ucrânia e a subida dos preços, sobretudo da energia, retiram poder de compra às famílias. Portugal surge entre os seis países em maior risco de pobreza energética, mas a Comissão acredita que o pacote de ajuda desenhado pelo Governo, para 2022, é suficiente.
“Este pacote é bastante elevado, […] Tem um impacto substancial e penso que seja suficiente para lidar com os riscos de pobreza energética.”, indica Paolo Gentiloni.
A esperança é de que a inflação comece a diminuir em meados do próximo ano, mas, até lá, vai continuar a ser elevada. Também nesta situação, Bruxelas discorda do Governo, indicando valores muito mais elevados. Face a este cenário, a Comissão aconselha a que se apliquem os fundos do PRR o mais rapidamente possível.
“Apelo à implementação destes planos e destas medidas, em particular numa situação em que vamos ter uma desaceleração da economia. Em 2023 e 2024, estes planos e estes investimentos são mais importantes do que nunca.”, realça ainda o comissário europeu da Economia.
Bruxelas considera que, no caso nacional, esta implementação até se encontra no bom caminho. Quanto aos pedidos do Governo para alargar o prazo dos investimentos, a resposta, para já, é negativa.
Já este ano, e antes de cair a pique, Portugal deverá ser o segundo país que mais cresce, a seguir à Irlanda. Bruxelas aponta para 6,6%, mais uma décima que o Governo.

Diogo Martins, 19 anos, natural de Leiria, estuda Filosofia, Política e Economia, na Faculdade de Ciências Humanas, na UCP. Membro da associação de estudantes, o seu desejo de conhecer mais sobre o mundo económico e financeiro, bem como a vontade de aumentar a literacia destas áreas, em Portugal, levou-o a aceitar o desafio de se tornar embaixador da MeuCapital, em maio de 2022.