Ocorreu na passada terça-feira, uma reunião no Luxemburgo entre os ministros da União Europeia responsáveis pelas pastas da Agricultura e das Pescas, com o objetivo de avaliar as políticas agrícolas do bloco comunitário.
O Governo Português, representado pelo secretário de estado da agricultura, Gonçalo Rodrigues, criticou a falta de meios disponibilizados pela União Europeia (UE) para que o setor agrícola consiga enfrentar a atual conjuntura inflacionista. Além disso, alertou que a seca vai piorar a situação deste setor.
“Portugal está preocupado […]. O apoio insuficiente das medidas da UE tem levado à adoção de auxílios do Estado. Aliás, no nosso caso, estamos a preparar, com o apoio da Comissão Europeia, um auxílio aos nossos agricultores para fazer face à conjuntura inflacionista, à qual agora se junta uma seca com impactos nas culturas cerealíferas e pecuária extensiva”, disse o secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, citado em comunicado.
Gonçalo Rodrigues acrescentou que a seca já deixou 26,6% do território europeu “em situação de alerta” e que este assunto foi abordado durante o encontro ministerial.
No que toca a Portugal – segundo os mais recentes dados do IPMA até ao dia de 15 de abril – 28,3% do território nacional encontra-se em situação de seca fraca, 21,2% em seca moderada, 18,6% em seca severa e 10,1% em seca extrema. Resumindo, apenas 21,8% do território se encontra em condições normais, ou seja, sem falta de água.
Em simultâneo, o Governo está “preocupado com a persistência da conjuntura inflacionista no setor agroalimentar em toda a UE” e que em Portugal se está a fazer “sentir de forma acentuada, nos custos elevados dos fatores de produção aos agricultores, tendo como consequência perdas de rendimento na produção que atingiram os 12%”. Isto tem consequências para os consumidores, que acabam por pagar mais pela alimentação.
Portugal também é favorável, anunciou o governante, “à manutenção de uma abordagem comum” entre os Estados-membros para continuar com o apoio à Ucrânia, particularmente a mitigação dos problemas com o escoamento de cereais, dependente de um acordo com Moscovo que só foi alcançado com a mediação do secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres.

Francisco Castilho, 20 anos, natural de Coimbra. Atualmente frequenta o 2ºano da licenciatura em Gestão pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). Terminou recentemente um programa de embaixadores numa empresa de estratégia e marketing digital (Triber Academy), desempenhado a função de digital marketing copywriter. As áreas dos investimentos, finanças pessoais e análise fundamental de empresas são as que mais constam nos seus artigos e procura aprender mais com as diversas temáticas que surgirão na MeuCapital.