Os problemas da vacina AstraZeneca na Europa, o plano de gastos dos EUA e a estreia da start-up, Deliveroo que alterou o valor da sua oferta pública inicial (IPO) na London Stock Exchange (Bolsa de Valores de Londres). São estas as principais informações que estão a agitar o mercado.
Começando pela Deliveroo, a empresa começou ontem a ser negociada em Londres depois de ter fixado o preço das suas ações em 4,56€ (o limite inferior da sua meta de IPO), de acordo com a Bloomberg. Isto vai garantir à empresa um valor de mercado de 7,6 mil milhões de libras, em comparação com 11,5 mil milhões de euros da empresa concorrente holandesa Just Eat Takeaway e 27 mil milhões de euros para a Delivery Hora da Alemanha.
As ações da Deliveroo caíram cerca de 30% em relação ao preço de emissão, o que desvalorizou cerca de 2 mil milhões de libras a avaliação da empresa.
“A maior preocupação é a regulamentação dos direitos dos trabalhadores.” afirmou Sophie Lund-Yates, analista da Hargreaves Lansdown. A oferta pública inicial da Deliveroo foi alvo de várias críticas relativamente ao seu modelo de trabalho, pois algumas das pessoas responsáveis pelas entregas ao domicílio reclamam que estão a ganhar menos que o salário mínimo. Espera-se que muitos deles entrem em greve, depois das ações terem começado a ser negociadas esta manhã.
Passando à polémica da vacina da AstraZeneca, a Alemanha diz que vai restringir o uso da mesma em pessoas com menos 60 anos, dois meses depois de ter aconselhado a vacina somente ao grupo mais jovem. Esta decisão segue as recomendações do painel independente de especialistas em vacinas na Alemanha, depois de terem sido confirmados 31 novos casos de coágulos sanguíneos incomuns, incluindo 9 mortes. Todos estes casos, à exceção de duas pessoas, foram de mulheres entre os 20 e 63 anos de idade.
Isto está a prejudicar tanto a vacina como a campanha de vacinação na Europa, que já está a presenciar atrasos, “batalhas” políticas e muita polémica.
O presidente dos EUA, Joe Biden, vai lançar um plano de gastos em infraestruturas e postos de trabalho de cerca de 2 biliões de dólares. Esta medida tem como objetivo financiar projetos ao longo dos próximos 8 anos. Biden também afirmou que vai existir um grande esforço para apoiar “projetos de energia eólica offshore” para criar mais postos de trabalho e combater a crise climática.
Passando ao próximo tema, os principais bancos de investimentos de todo o mundo enfrentam grandes perdas depois da queda do Archegos Capital. O montante ronda os 5 e os 10 mil milhões de dólares, de acordo com a JPMorgan. Na semana passada, a gestora de patrimónios entrou num impasse com a desvalorização de títulos que levou credores a pedirem reforços. Sem a capacidade para tal, o Archegos foi forçado a liquidar certas posições, incluindo de gigantes tecnológicas chinesas.
Desde então que o setor financeiro tem estado sob pressão, sendo o banco europeu Credit Suisse e o banco japonês Nomura os mais penalizados. Estima-se que o maior banco de investimento do Japão tenha uma perda de 2 mil milhões de euros e o banco suiço um prejuízo entre 3 e 4 mil milhões de euros (sendo que o banco em 2020 teve um lucro de 2,9 mil milhões).
Para finalizar este resumo do dia, após uma desvalorização das ações asiáticas devido ao aumento dos rendimentos dos títulos, os futuros das ações europeias encontram-se no mesmo caminho. A atualização do primeiro trimestre da H&M foi o destaque de hoje de manhã, onde registou prejuízos em termos de vendas. A empresa multinacional de moda sueca afirma que tudo se deve ao “bloqueio” que têm vindo a sentir por parte dos consumidores chineses, mas promete voltar a ganhar a sua confiança. A China é o quarto maior mercado de vendas da H&M e o seu maior fornecedor.
O aumento dos preços das casas no Reino Unido abrandou no mês de março, uma vez que os analistas preveem que o mercado permaneça resiliente devido aos estímulos do governo.
Autora: Margarida Fernandes | Fonte: Bloomberg
