Mesmo sendo época natalícia, as notícias que são dadas pelo Banco Central Europeu não auguram grandes prendas para os cidadãos da Zona Euro. Durante o próximo ano as taxas de juro deverão continuar a aumentar, pelo menos até julho, quem o diz é Klaas Knot, dirigente do BCE, mas também presidente do Banco Central dos Países Baixos numa entrevista dada ao Financial Times.
Knot fala que o BCE tornou a sua política monetária agressiva já tardiamente, uma vez que já havia sinais gravosos da inflação ainda em 2021, em consequência das políticas monetárias bastante expansionistas praticadas pelo BCE durante a pandemia. Por isso ele diz que “O risco de não fazermos o que é suficiente continua a ser o maior risco. Estamos apenas a iniciar a segunda metade do nosso caminho”, ele conclui que as previsões apontam para um pico nas subidas das taxas de juro em julho do próximo ano, sendo por isso muito provável que nas reuniões de política monetária que ocorrerão entre janeiro e julho, ocorram várias subidas nas taxas de juro diretoras do BCE, sendo que estas subidas são expectáveis de ser de 0,5 pontos bases, mas não estão descartadas novas subidas mais agressivas de 0,75 pontos base.
Banco de Portugal: taxas de juro vão continuar a subir em 2023
Também no Banco de Portugal as expectativas são que as taxas de juro continuem a subir em 2023, numa entrevista dada à RTP, o governador Mário Centeno, falou que as expectativas do Banco de Portugal eram que as taxas de juro aumentassem até ao 3,5%.
Nos últimos anos ficamos habituados a que as taxas de juro se situassem em valores muito próximos de zero, no entanto, com os níveis de inflação que temos atingido nos últimos meses, o BCE alterou a sua política e voltou a aumentar as suas taxas de juro diretoras, que neste momento se situam em 2,5%, sendo que em meados de julho as taxas ainda se encontravam em 0%.
Perspetivas para Portugal em 2023
Em Portugal, durante o ano de 2023, é expectável assistirmos a um aumento do incumprimento nos créditos à habitação e também assistirmos ao aumento das dificuldades na população portuguesa.
Estas subidas nas taxas de juro, em conjunto com a inflação, estão a dificultar bastante a manutenção do padrão de vida dos cidadãos europeus, com o aumento do custo de vida a que está relacionado. Com os níveis de inflação a serem os mais altos desde a entrada em vigor da moeda única, a subida das taxas de juro, tenta combater o fenômeno, retirando liquidez à economia.

Mário Costa, estudante do 1º ano do Mestrado em Finanças na FEP, Financial Content Writer na MeuCapital e Membro do Departamento de Corporate Finance no FEP Finance Club. É escuteiro desde os 9 anos e ao longo dos anos desenvolveu um forte interesse pela área financeira, tendo por a missão de contribuir para uma maior literacia financeira em Portugal.