O Sberbank, maior banco da Rússia, reportou uma queda de quase 80% no lucro líquido de 2022, em resultado das sanções aplicadas pelos países ocidentais à Rússia, derivado à invasão na Ucrânia.
As empresas russas continuam a sofrer com o impacto da guerra e das sanções impostas a Moscovo. Esta foi a vez do seu maior banco, o Sberbank, que é detido pelo Kremlin, a reportar decréscimos nos seus lucros.
Em 2022 esta instituição financeira obteve lucro de 3.57 mil milhões de dólares, uma queda de 78.3%, sendo de registar que esta foi a primeira vez que o banco divulgou os seus resultados de acordo com os padrões internacionais de relatórios pela primeira vez, e por isso foi reportado um lucro inferior em 30 mil milhões de rublos (390 milhões de dólares) do que aquele que ia ser reportado se fossem utilizados os padrões contabilísticos russos.
A saída do sistema SWIFT, a retirada da Rússia dos sistemas financeiros ocidentais e as sanções que obrigaram ao fecho de várias filiais no estrangeiro são algumas das razões pelas quais as sanções têm levado a banca russa.
Também contribuiu para este resultado o facto das autoridades russas ordenarem aos bancos que limitassem as divulgações e o pagamento de dividendos em 2022, enquanto Moscovo tentava manter a estabilidade financeira.
Segundo o CEO do Sberbank, Herman Gref, este foi “o ano mais difícil”, mas espera que em 2023 a empresa possa voltar a alcançar níveis pré-guerra, estimativas apontam para uma aproximação aos valores de 16.5 mil milhões de dólares que foram obtidos em 2021, concluindo que 2022 mostrou que “Nosso modelo de negócios passou outro teste de força”.
O Estado russo espera agora vir a receber dividendos com estes resultados, essa decisão será tomada pela administração do banco até ao final do mês. Aliás, fontes do ministério das Finanças da Rússia dizem que é esperado que o credor estatal pague 50% de seus lucros em 2022 como dividendos.
Mário Costa, estudante do 1º ano do Mestrado em Finanças na FEP, Financial Content Writer na MeuCapital e Membro do Departamento de Corporate Finance no FEP Finance Club. É escuteiro desde os 9 anos e ao longo dos anos desenvolveu um forte interesse pela área financeira, tendo por a missão de contribuir para uma maior literacia financeira em Portugal.
