Todos os países têm sistemas e medidas para incentivar a redução da poluição e incentivar o uso de energias mais sustentáveis. O sistema de emissão de créditos de carbono obriga a que empresas altamente poluidoras comprem um crédito por cada tonelada de dióxido de carbono a emitir durante o seu processo de produção.
O preço deste crédito na União Europeia atingiu o seu valor mais elevado na semana passada, sendo que dia 8 de dezembro se verificou o maior crescimento absoluto da história do sistema. A tonelada de dióxido de carbono atingiu os 90,75€, sendo que no fim do mês julho este valor estava apenas nos 50€.
Neste seguimento, analistas e investidores preveem que o preço dos créditos atinja os 100€ até ao final do ano. Outros fatores como o aumento do preço do combustível fóssil, que torna a sua produção mais lucrativa que a produção de gás, e a própria escassez deste no mercado europeu levam a que aumentem este custo associado à produção de poluição.
Consequentemente, espera-se um aumento do crescimento do investimento em tecnologia associada a energias renováveis emergentes, como se tem verificado com o hidrogénio “verde”. Este método utiliza a corrente elétrica para separar o hidrogénio do oxigénio que existe na água. Assim, a eletricidade é obtida de fontes renováveis, produzindo energia sem emitir dióxido de carbono para a atmosfera.
Também tecnologias para capturar e armazenar carbono já estão disponíveis no mercado, a preços inferiores a 90€ a tonelada. Estas permitem extrair o dióxido de carbono das emissões e torná-lo em gás comprimido ou liquefeito. Desta forma, poderá ser reutilizado ou reciclado em usos industriais ou poderá ser armazenado no subsolo, injetado em zonas de exploração de petróleo e gás já esgotadas, que com o passar do tempo irá ser transformado em calcite.
Deste modo, os aumentos históricos do valor dos créditos para emissão de carbono está a ser um incentivo extra na procura de alternativas mais sustentáveis, acelerando o investimento nesta área.
Autor: Sofia Rodrigues