Nos últimos meses, a localização do próximo aeroporto em Portugal tem levantado vários rumores. As possibilidades e análises anteriormente apontavam para Beja, sendo assim uma aposta no interior do país embora nada esteja confirmado e, cidades como Santarém, também entram em equação.
Melhorar as infraestruturas e a experiência dos clientes
Por outro lado, por parte do Administrador da TAP, “o ecossistema aeroportuário está saturado” e os clientes da TAP “não têm hoje a melhor experiência possível devido à infraestrutura existente”, afirma Ramiro Sequeira.
Aeroporto Internacional Humberto Delgado não apresenta as condições necessárias
Segundo a TAP, o aeroporto internacional Humberto Delgado não apresenta as condições necessárias e dignas para que os serviços da companhia sejam praticados com a excelência que estes colocam na prestação dos seus serviços.
O Chief operacional officer da TAP refere que “uma Coca-Cola não sabe ao mesmo num voo com duas horas de atraso”, afirmou Ramiro Sequeira, para salientar o impacto da falta de pontualidade, “uma das mais baixas a nível mundial”, no serviço aos passageiros. É um dos problemas que o responsável da companhia aérea espera que seja resolvido com um novo aeroporto, que não vê qualquer tipo de desenvolvimento.
O responsável operacional da companhia aérea da portuguesa referiu ainda que “o espaço aéreo congestionado, que é partilhado com o tráfego militar”, promove concorrência para que “a pontualidade seja das mais baixas a nível mundial. Temos uma desvantagem competitiva enorme se nos compararmos com os principais aeroportos da Europa e com o que nos faz concorrência direta, que é o de Madrid”, acrescentou o responsável.
Desta feita, Ramiro Sequeira apontou três aspetos fundamentais a aplicar no próximo aeroporto, ainda sem localização precisa.
Eficiência na utilização do espaço aéreo
Primeiramente, o administrador da TAP começou por referir que é necessário incrementar a eficiência na utilização do espaço aéreo. Neste momento, a utilização é de 66%, devido à coexistência do tráfego militar e civil. Nos outros países europeus a utilização ronda os 85%. Desta forma, concentrar as operações militares num aeroporto diferentes das obrigações civis é uma prioridade que deve ser respeitada para melhorar a eficiência em espaço aéreo.
Melhorar a pontualidade
Como segundo aspeto, Ramiro Sequeiro afirma que o próximo aeroporto tem de permitir melhorar a pontualidade, “que é um dos fatores mais importantes para os clientes e o turismo”. A pontualidade atual ronda os 63% e o objetivo da TAP é chegar aos 75%. “Não é muito ambicioso, mas tem em conta a realidade atual. Não conseguimos recuperar a nossa pontualidade por estarmos alocados neste hub [Humberto Delgado]”, referiu.
Criação de um “check-in” de nova geração
De seguida, é também necessária uma “modernização da jornada do cliente”, através com a criação de “check-in” com áreas amplas e tecnologia avançada, um serviço de segurança e fronteiras com tecnologia e recursos adequados, portas de embarque com reconhecimento biométrico, lounges ajustados ao volume e dimensão ou terminais de bagagem que permitam minimizar perdas e demoras. Para o COO, estas alterações são fundamentais para que o aeroporto possa atender ao conforto dos passageiros e para que se possa melhorar a capacidade logística para todos os que tornam possível a chegada dos passageiros às aeronaves.
Acesso a fontes de energia renováveis
Como quarto e último ponto referido, o chief operacional officer considera determinante a existência de rede elétrica e acesso a fontes renováveis de energia. Além disso, que a localização não obrigue a impor limitações aos voos devido ao ruído e que tenha “uma verdadeira capacidade de expansão”. Por fim, aponta a necessidade de ter um serviço para pessoas com mobilidade reduzida, que tal como todos os restantes passageiros, também usufruem do direito a viajar e ao seu conforto adjacente.
