Fonte da imagem: Postal do Algarve
Rui Nabeiro completava 92 anos no final deste mês de março. Aos 19 anos, assumiu a direção da empresa de torrefação da família. Em 1961 abriu a Delta Cafés. Morreu hoje, dia 19 de março, no Dia do Pai, vítima de doença respiratória.
“É com profundo pesar que a família Nabeiro informa que faleceu hoje, dia 19 de março, o Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro, presidente e fundador do Grupo Nabeiro — Delta Cafés”, pode ler-se num comunicado enviado pelo grupo.
Foram já inúmeras ilustres figuras do nosso país que mostraram o seu pesar por esta figura do mundo empresarial português.
“O legado do Comendador Rui Nabeiro ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país. O seu percurso foi inspirador, pela força, energia e sempre o sonho de fazer acontecer.” Escreveu o primeiro-ministro, António Costa no Twitter.
“Rui Nabeiro distinguiu-se pelo amor a Portugal e à sua terra de sempre, Campo Maior, que serviu como autarca e cidadão. Foi um dos maiores e melhores empresários portugueses, muito atento aos direitos dos seus trabalhadores. Permanecerá na memória de todos.” Escreveu o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, na mesma rede social.
Onde tudo começou
Nascido na pequena vila de Campo Maior, no distrito de Portalegre, oriundo de uma família humilde, Manuel Rui Azinhais Nabeiro ajudava a mãe numa pequena mercearia e o pai e os tios na torra do café. Aos 19 anos, após falecimento do seu pai, assumiu os destinos da pequena torrefação familiar, a Torrefação Camelo. Em 1961, insatisfeito com a sociedade deixou a gerência e fundou a sua própria empresa, a Delta Cafés, que passados poucos meses já comercializava café para todo o país. Hoje emprega cerca de 3500 colaboradores e os seus negócios estendem-se por vários pontos do mundo.
O que o distinguia
À parte do seu sucesso profissional, Rui Nabeiro distinguia-se pelo seu “… espírito empreendedor e a sua ética de trabalho…”. A forma como tratava os seus colaboradores, de igual forma e respeito como tratava um presidente da república, foi uma das suas mais reconhecidas virtudes.
Será sempre lembrado como um exemplo de um de empreendedor, com uma visão além do tempo onde se encontrava, com valores intransigentes na gestão do seu negócio e na defesa dos direitos das pessoas que dele faziam parte.
É um farol que todos devemos seguir, sendo ou não empresários, pelo seu caráter e pela sua pessoa e pelos seus princípios.

Francisco Castilho, 20 anos, natural de Coimbra. Atualmente frequenta o 2ºano da licenciatura em Gestão pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). Terminou recentemente um programa de embaixadores numa empresa de estratégia e marketing digital (Triber Academy), desempenhado a função de digital marketing copywriter. As áreas dos investimentos, finanças pessoais e análise fundamental de empresas são as que mais constam nos seus artigos e procura aprender mais com as diversas temáticas que surgirão na MeuCapital.