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O colapso do império da FTX

O mercado das criptomoedas viu cair um império da FTX numa questão de dias, evaporando 250 mil milhões de dólares deste mercado. O rumor sobre a falta de solvabilidade da corretora gerou um evento de “corrida ao banco”, desvendando um buraco de 8 mil milhões de dólares.

Nesta saga está também presente uma empresa de trading de criptomoedas, Alameda Research. Criada pelo CEO da FTX, Sam Bankman Freid (SBF). Esta foi o recipiente dos 8 mil milhões de dólares de fundos de utilizadores da FTX.

Cronograma do colapso

2 de novembro 2022

Um artigo publicado pelo Coindesk, sugeria que a 30 de junho deste ano, cerca de 40% dos 14,6 mil milhões de dólares, nos balanços da Alameda Research, estavam associados ao token emitido pela FTX, o “FTT”.

Os cofres da firma de trading eram compostos na sua maioria por cerca de 3,66 mil milhões de dólares do token FTT, onde estes também seriam usados como colateral para cerca de 2,16 mil milhões de dólares em empréstimos.

Entre outros ativos assegurados pela Alameda estavam também cerca de 3,37 mil milhões de dólares em criptoativos, onde cerca de 1,15 mil milhões de dólares (35%) seriam guardados no token nativo da blockchain da Solana ($SOL), entre outros tokens associados a esta blockchain, como o Serum ($SRM).

6 de novembro 2022

No Twitter, o CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), anunciou que a corretora iria liquidar a sua posição de cerca de 583 milhões de dólares em FTT. O mesmo justifica que a liquidação destes tokens, aconteceria devido às revelações recentes sobre a conexão entre a FTX e a Alameda Research.

Acrescentando também, que essa liquidação se tratava de uma questão de gestão de risco da empresa, equiparando a situação ao colapso da LUNA. Comentando ainda que não apoiaria atores que forçasse lobbys contra os concorrentes nas suas costas.

Em resposta ao anúncio da liquidação, Caroline Ellison – atual CEO da Alameda Research – recorreu ao Twitter para propor a compra destes tokens a um preço fixo de 22 dólares por FTT.

É de ressalvar que a Binance foi um dos maiores investidores na FTX, mas a relação entre as empresas rapidamente se amargou e em 2021, a Binance vendeu de volta a sua participação por cerca de 2 mil milhões de dólares em BUSD e FTT.

7 de novembro de 2022

Durante o domingo, houve pouca ação. Contudo o SBF recorreu ao Twitter para dizer que a situação era apenas um ato de concorrência desleal e que os fundos da FTX estavam seguros, eliminando este tweet no dia seguinte.

Apesar desta mensagem de tranquilidade, a corrida para fazer levantamentos da plataforma não parou e a incerteza sobre a saúde da FTX fez com que o mercado das criptomoedas continuasse a cair.

8 de novembro 2022

A segunda-feira começou com o CZ juntando água na fervura, anunciando que a Binance teria chegado a um acordo não vinculativo para a aquisição da FTX.

Num tweet de Sam Bankman-Fried, este diz que no acordo não está em causa a venda da FTX.US, que devido a pressão regulatória, esta possui fundos de todos os seus clientes. No mesmo dia, a corretora congelou os levantamentos, desencadeando um evento de vendas que levou a perdas de cerca de 150 mil milhões de dólares (-16%) em todo o mercado das criptomoedas.

9 de novembro 2022

Após um dia a avaliar as contas da FTX, a Binance anunciou na sua conta oficial do Twitter que iria desistir da compra da corretora concorrente. Garantindo que o seu objetivo nesta compra seria para providenciar liquidez às pessoas afetadas.

Contudo, a Binance alegou que o problema estaria além das suas capacidades, alertando também sobre a importância da transparência das corretoras e que todas elas deveriam de implementar um sistema de proof-of-reserves (prova de reservas).

Toda esta situação gerou medo em relação ao risco sistémico que a queda da FTX podia representar, não só no mercado dos criptos, mas também para a economia geral, levando à queda de todo o mercado de ações nesse dia e levando todo o mercado das criptomoedas a acumular perdas de quase 30% desde dia 6 de novembro.

11 de novembro 2022

O maior desenvolvimento no dia anterior foi que o criador da Tron ($TRX), deixou esperanças sobre um possível resgate à FTX, dizendo que os grandes ”players” deveriam se juntar para orquestrar uma solução para a corretora.

Mas a pouca esperança que havia numa solução, acabou por se tornar ainda mais pequena, quando no dia seguinte o CEO da FTX, fez um pedido de insolvência, revelando que a empresa precisaria de cerca de 9,5 mil milhões de dólares para ser resgatada.

Será de esperar que o resgate da FTX não se venha a materializar, fazendo com a FTX e a Alameada research a juntar-se ao grupo de grandes entidades a colapsar durante este bear market, juntamente com a Celcius, Three Arrows Capital e a LUNA.

 12 de novembro 2022

A FTX sofreu um hack em todas as suas plataformas levando ao roubo de cerca de 470 milhões de dólares. Esta situação criou especulação relativamente à possibilidade de este ter sido orquestrado por elementos ligados à FTX.

Estes fundos estão agora sob uma monitorização apertada dentro da blockchain, e sabe-se que parte foram transferidos da blockchain da Solana para a Ethereum (através de bridging) e que residem na sua grande maioria na blockchain da Ethereum. 

O hacker usou exchanges descentralizadas para trocar os tokens por Ether ($ETH) e também pela moeda estável DAI, devido à sua resistência à censura e impossibilidade de congelamento de fundos. Entre os tokens vendidos estariam grandes quantidades de Chainlink ($LINK) e Polygon ($MATIC), em que o hacker obteve um splippage grande de forma a converter estes tokens em Ether.

Possíveis impactos desta situação

A queda de uma empresa tão grande neste mercado, apresenta um risco sistémico para o mesmo, levando a que o mercado das criptomoedas respondesse à letra, gerando um evento de capitulação.

Contudo, esta situação ainda se encontra na fase inicial do seu desenvolvimento, e agora que a pedra foi levantada, saberemos o que está por debaixo dela.

Já é sabido que estas duas empresas têm uma grande exposição dentro do mercado das criptomoedas, e que estão relacionadas com centenas de projetos dentro deste ecossistema. Entre os mais conhecidos, está a Solana, BlockFi, Aptos e Tether, levando a que a stable coin USDT perdesse momentaneamente a relação de 1:1 com o dólar.

A BlockFi já anunciou o congelamento dos levantamentos na sua plataforma – devido à sua exposição à FTX – levando a especulações que esta empresa siga as pegadas da sua homóloga, Celsius.

Este levou também a que as exchanges de criptomoedas desvendassem as suas reservas. Claro que estas “provas de reservas” não poderiam ter acontecido sem e eventos dúvios. A corretora crypto.com foi apanhada a transferir cerca de 320 mil ETH “por engano” para a Gate.IO durante a semana passada. Esta corretora foi também descredibilizada por possuir 20% de Shiba Inu ($SHIB) nas suas reservas, conhecida como uma “meme coin”.

Esta situação levou também a que todos os países do G20 se unissem, alertando sobre a necessidade de regulamentar este mercado.

O que reter?

Este desastre apanhou a maior parte das pessoas de surpresa e levou a que muita gente perdesse grandes quantias de dinheiro.

No entanto, devemos ter em mente que esta é mais uma situação criminosa, em que entidades centralizadas fazem má gestão dos fundos dos seus clientes. E o que este ano tem mostrado é que o modelo financeiro tradicional não funciona!

Se olharmos para as empresas que colapsaram dentro do universo das criptomoedas, todas elas – com a exceção da LUNA – eram empresas centralizadas a tentar trazer produtos financeiros tradicionais para o mercado das criptos. TODAS estas fizeram má gestão dos depósitos dos seus clientes! TODAS cometeram crimes fiscais graves!

Contudo, o mais provável é que esta situação seja usada contra o ecossistema em termos de regulamentação. Isto poderá ser usado como bode expiatório para atacar a auto custódia de ativos e aumentar a pressão regulatória sobre nichos como DeFi (que ataca diretamente o sistema financeiro tradicional).

Por fim, irei fazer um apelo a todos os participantes deste mercado:

  1. “Não tens as chaves, as moedas não são tuas” – Este é um dos pontos mais importantes de todo o ecossistema, este foi criado para que qualquer um possa controlar e ter a propriedade do seu dinheiro. Guardem sempre a maioria das vossas moedas em carteiras que controlem!
  2. As blockchains continuam a produzir blocos e grandes projetos continuam a ser desenvolvidos. Apesar de esta situação ser grave e de ser doloroso ver os nossos investimentos a evaporarem, o mercado não morreu. E eventualmente, este irá recuperar e voltar mais forte.

Se queres investir em criptomoedas e a segurança é uma prioridade para ti, sabe mais aqui.

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