Atualmente e cada vez mais é indiferente a dimensão de um país, o seu número de população ou a sua densidade populacional para limitar a dimensão e o poder da sua economia.
A qualidade e as infraestruturas da internet e a capacidade de machine learning são variáveis determinantes para a dimensão de uma economia.
A Estónia conta com cerca de 1,3 milhões de habitantes, segundo a PORDATA, e é também o país com mais startups por milhão de habitantes – 1109, num total de 1442 startups, o que coloca o país no topo mundial em termos de startups onde a indústria high-tech representa 15% do PIB
Quais as razões que proporcionaram para este fenómeno? O que leva os investidores à Estónia?
- Alguns factos e políticas sobre a Estónia e a sua elevada economia digital:
- Em 2000 a Estónia declarou a internet com um Direito Humano Fundamental;
- Possibilidade de se abrir uma empresa 100% online;
- Programa e-Residency – residência digital para empreendedores, sem burocracias e transparente;
- É considerado um dos países com o regime fiscal mais liberal do mundo – quando os lucros são reinvestidos não existe tributação (20% quando existe distribuição de lucros).
Na Estónia, segundo o site oficial de startups do país, existem sete empresas consideradas “unicórnios”: Skype, Playtech, Wise, Bolt, Pipedrive, Zego e ID.me.
Qual a realidade de Portugal?
Portugal tem vindo a trilhar o seu caminho e a marcar passo no que diz respeito à proliferação de startups no pais.
Com aproximadamente 10,3 milhões de habitantes e um total de 2150 startups – tem assim aproximadamente 208 startups por milhão de habitantes, que segundo o Governo português está 13% acima da média da União Europeia.
Variáveis que podem tornar Portugal um país atrativo para a incubação de startups nos próximos anos:
- Websummit até 2028 em Portugal;
- Lisboa eleita Capital Verde da Europa em 2020;
- 6º país mais seguro do mundo, segundo o World Population Review;
- Sete empresas “únicornio” desde 2015 – Farfetch, OutSystems, Feedzai, Talkdesk, Remote, SWORD Health, eAnchorage;
- Sistema de saúde e de educação gratuitos;
- Top-10 melhores países para emigração, segundo Migrant Integration Policy índex;
- Considerado o 12º melhor em ecossistemas emergentes, segundo o site startup Genome;
- A Startup Portugal acrescenta ainda à pergunta “Why Portugal?”: 150 incubadoras registadas, 11º país com melhor ligação de fibra ótica, programas de vistos para empreendedores.
Será Portugal capaz de atingir patamares semelhantes à Estónia de hub de start-ups? Serão as políticas implementadas em Portugal suficientes para a captação de novos empreendedores?
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Alexandre Borrega, 27 anos, natural de Campo Maior, Alentejo. Licenciado em Economia pela Universidade de Évora e com mestrado em Economia da Empresa e da Concorrência no ISCTE – Business School. Exerce atualmente funções no Grupo Nabeiro – Delta Cafés. Integra a equipa do MeuCapital desde outubro de 2022, devido à vontade de evoluir, aprender e pelo gosto nas áreas de Economia e Finanças.