O Boom das IPOs em 2021

Só em 2021, foram obtidas 875 ofertas públicas iniciais (IPOs), cada uma alcançando pelo menos 1 milhão de dólares. As listagens nos mercados de ações estão a atingir números recordes, comparado com qualquer ano destas últimas duas décadas. 

O recorde anterior pertencia a 2000, onde os rendimentos das IPOs atingiram os 80 mil milhões de dólares. Este ano, “só” chegaram aos 230 mil milhões.

Grande parte deste máximo deve-se a uma das últimas tendências de Wall Street: shell companies, mais conhecidas por Special Purpose Acquisition Company (SPAC), que correspondem a quase metade da arrecadação dos fundos, através de IPOs, em 2021. 

Outro factor que contribuiu para o aumento das IPOs, foi a necessidade e procura por listagens globais num ano onde os mercados atingiram máximos históricos, com empresas de grande destaque a fazerem a sua estreia pública. São alguns exemplos a Bumble, uma empresa de social media e a Coupang, empresa de comércio eletrónico, que é considerada a “Amazon” da Coreia do Sul. Outra empresa, a Kuaishou, rival do TikTok, conseguiu alcançar 6,2 mil milhões de dólares na sua cotação em Hong Kong. Da mesma forma, a empresa de entrega de comida ao domicílio, Deliveroo, levantou 2 mil milhões de euros para a empresa e patrocinadores iniciais, mesmo apesar da polémica que gerou.

“Os números são encorajadores, porque provam que as pessoas renovaram a sua confiança de que os mercados públicos são uma boa maneira de sair dos seus negócios”, afirmou Carlton Nelson, co-diretor da Investec. “Isto mostra que não precisam de recorrer ao capital privado, apesar de ser mais fácil e eficiente do que há algum tempo atrás”.

Sem surpresa, as listagens foram fortemente inclinadas para os EUA, graças às SPACs, correspondendo aproximadamente a 154 mil milhões de dólares do capital gerado este ano. Os restantes lugares do pódio pertencem à China e Hong Kong, correspondendo a 8% e 5% dos rendimentos das IPOs, respetivamente.

De salientar que os dados não incluem listagens diretas (processo de venda de ações na bolsa de valores diretamente ao público, sem a ajuda de intermediários, ao contrário das IPOs).

Chris Nicholls, que coordena o IPO da Deloitte no Reino Unido, juntamente com a equipa de consultoria de ações, diz acreditar que 2021 parece ser um ano próspero de novas listagens. A reabertura económica global após a pandemia provocada pela COVID-19, provavelmente fará com que haja uma recuperação das empresas que têm andado à deriva nestes últimos tempos.

Como disse Carlton Nelson, “As IPOs têm um longo período de gestação, não é apenas quando a arma de partida é disparada”. Também acrescenta que “É realmente encorajador ver empresas de todas as formas e tamanhos a iniciar estas conversas agora (IPOs), mesmo que seja só para daqui a alguns anos, no futuro”.

Autora: Margarida Fernandes

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