Com os casos de COVID-19 a aumentar exponencialmente no Vietname, várias fábricas estão a parar a sua atividade, numa tentativa de controlar o número de contágios. Devido a estas medidas, várias empresas estão a ser afetadas, entre elas a Nike.
De acordo com dados da Panjiva, uma empresa global de dados comerciais, quase metade (49%) das importações da Nike para os Estados Unidos por via marítima, durante o segundo trimestre fiscal, vieram do Vietname. A maioria dos produtos eram sapatos, ou seja, a Nike pode ficar sem stock deste produto.
“Isto levanta a questão de saber se outras grandes marcas de ténis podem enfrentar desafios semelhantes”, diz Christopher Rogers, senior researcher da Panjiva, num relatório.
Recentemente, as empresas têm tentado diversificar a sua cadeia de produção para países como o Vietname, devido a tarifas e à pandemia, esperando também ganhar alguma independência da China, que acumulava a maior parte da produção.
Contudo, a Panjiva relata que a Nike tem tomado o rumo contrário, pois as importações da China aumentaram 54,6% no segundo trimestre.
A Nike relatou os seus problemas com a produção no seu mais recente relatório a 24 de junho, onde apontavam para um crescimento nas vendas, devido à vontade dos consumidores de “abrir a carteira” com os casos de Covid a diminuir mundialmente.
“Em todo o mercado, continuamos a ver um forte crescimento das vendas e a procura do consumidor pelas nossas marcas a exceder a oferta do mercado, com o inventário do marketplace a descer dois dígitos em relação ao ano anterior”, diz Matthew Friend, CFO da Nike.
“O stock da Nike desceu 7%, com quedas de dois dígitos no inventário de fecho. Esperamos que os atrasos na cadeia de produção e os custos de logística mais elevados persistam durante grande parte do ano fiscal de 2022”.
As importações marítimas totais para os Estados Unidos aumentaram 53,9% no segundo trimestre. Este aumento é atribuído à Wolverine World Wide Inc., empresa mãe de marcas como a Merrell, Saucony, Keds e Puma.
Autora: Mariana Sardinha