Segundo estudo realizado pela CoinGecko, plataforma que agrega dados de ativos digitais do mundo, a Nigéria é o país mais curioso quando o assunto são criptomoedas. Desde o início da retração deste mercado em abril de 2022, a nação mais populosa da África mostrou mais interesse nos ativos digitais do que qualquer outra.
No estudo que analisou os dados do Google Trends, a Nigéria obteve 371 pontos, ou seja, foi o país que mais realizou pesquisas relacionadas aos criptoativos, como “comprar criptomoedas” ou “investir em criptomoedas“. Na classificação, o país da África Ocidental foi seguido pelos Emirados Árabes Unidos, Singapura e Austrália, sendo que os territórios no topo desta lista destacam suas perspectivas de longo prazo ao investir nas moedas digitais.
De acordo com uma pesquisa, 35% dos adultos nigerianos possuem ou negociaram criptomoedas em um passado recente. Especula-se que o interesse dessa população em moedas digitais advém do acesso limitado a serviços financeiros e da crise monetária pela qual o Estado passa. Existem vastas áreas rurais no país que não possuem acesso a oportunidades bancárias e a taxa de inflação do país sobe mensalmente, sendo que atualmente está a 18%. Por esses motivos os moradores acabam por decidir diversificar seus portfólios com criptomoedas.
No início de 2021, o banco central da Nigéria ordenou que os credores comerciais interrompessem todas as suas transações ou operações em criptomoedas por motivos de ameaça ao sistema financeiro. Contudo, em junho deste ano, a bolsa de valores nigeriana disse que planejava iniciar uma plataforma habilitada para blockchain de forma a atrair jovens investidores para o mercado.
Apesar do seu interesse pelo mercado de ativos digitais, a Nigéria não se classificou entre as 10 nações do mundo mais preparadas para as criptomoedas. Nessa pesquisa apontou-se que Hong Kong, Estados Unidos da América e Suíça ocupam o primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente, já que as três regiões são as que possuem o maior número de startups de blockchain, caixas automáticos de criptomoedas e legislação amigável aos ativos digitais.

Maysa Deliberador, 25 anos, licenciada em Gestão pela Universidade Católica de São Paulo, atualmente frequenta o 3º ano da licenciatura em Psicologia na Universidade Católica Portuguesa. Seu interesse no impacto dos acontecimentos políticos e econômicos nas pessoas e sua paixão pela escrita fez com que se tornasse embaixadora da MeuCapital.