Nem os diamantes, o ouro e a prata escapam à inflação

Em declarações ao ECO, na Portojóia, na Exponor, em Matosinhos, o joalheiro Eugénio Campos referiu que “pedras preciosas, como diamantes, ou metais nobres, como ouro e prata, são produtos de investimento que estão mais caros no mercado na ordem dos 20 a 30% e são mais difíceis de adquirir.

Eugénio Campos, refere que esse disparar dos preços das matérias-primas acaba por se refletir no preço final ao consumidor. Assim, este aponta o dedo à “instabilidade económica” global proporcionada tanto pela pandemia como pela guerra na Ucrânia.

A aquisição de matérias-primas tem sido realizada com dificuldades, uma vez que estas chegam a conta-gotas, levando a um aumento de encargos com o processo de distribuição, que por sua vez absorve uma parte das margens de lucro.

Vânia Nogueira, marketing manager da Topázio ressalva que “os efeitos negativos sentidos na obtenção de algumas matérias-primas e subsidiárias da nossa produção, causam-nos muitos constrangimentos. Seja pela subida vertiginosa do preço de alguns materiais, seja pela dificuldade na cadeia de abastecimento, com frequentes ruturas e prazos de fornecimento muito alargados”. 

Em relação às matérias-primas, Vânia Nogueira destaca sobretudo “materiais como os cristais, porcelanas, madeiras, utilizados em combinação com a matéria-prima base que é a prata” a qual sofreu um aumento de significativo, sendo o seu preço atual aproximadamente o dobro do que se praticava no momento pré-pandemia.

“Apesar de comparativamente a 2019 estar a vender muito mais joalharia”, Eugénio Campos admite que não há como contornar as quebras que vai sentir na faturação este ano, uma vez que o valor previsto para o seu volume de negócios não deverá atingir os 5 milhões de euros gerados em 2019, antes da pandemia.

Na ótica de Eugénio Campos, os principais promotores para a situação vivenciada são a “instabilidade do mercado” e a impossibilidade de contornar a dificuldade de aquisição de matérias-primas e o aumento de custo das mesmas, uma vez que “não dá para ir a outros mercados para encontrar as mesmas matérias-primas, porque estas têm cotação mundial. Como tal sejam compradas onde for, o preço é sempre o mesmo.”

Em relação aos preços praticados, Vânia Nogueira, da Topázio, sublinha que apesar de ser possível a reflexão do aumento dos custos dos fatores de produção em pedidos específicos de clientes, o mesmo já não é possível com os artigos da coleção da Topázio, uma vez que estes têm um preço fixo, estando neste caso a Topázio a absorver o impacto desse aumento de custos, até à próxima revisão de preços que deverá acontecer no início do próximo ano”.

Amélia Estevão, diretora de marketing da Exponor frisa que com o regresso dois anos após a pandemia, a Portojóia poderá proporcionar uma lufada de ar fresco e uma alavancagem para o setor, uma vez que “é a principal montra da joalharia portuguesa e ganha cada vez mais expressão a nível nacional e internacional”.

Autor: Pedro Nunes

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