Analistas e gestores de fundos afirmam que as moedas digitais dos Bancos Centrais irão complementar as criptomoedas em vez de competirem com elas, apesar de não serem estruturalmente diferentes das moedas fiduciárias dos seus países.
O que são moedas digitais criadas pelos Bancos Centrais?
Segundo os especialistas, as moedas virtuais desenvolvidas pelos Bancos Centrais são o próprio dinheiro na forma digital e não na forma física. Estas podem ser dinheiro virtual como o que temos em plataformas como o Paypal ($PYPL), por exemplo.
É de esperar que estas criptomoedas melhorem os sistemas monetários tradicionais e auxiliem os mercados de criptos, ao preencherem a lacuna entre as finanças fiduciárias e descentralizadas.
Existe também a necessidade de integração entre os Bancos Centrais dos diversos países, que precisam de acordar a melhor estratégia para que essas emissões de moedas digitais sejam conversíveis entre si.
Qual a diferença para com as criptomoedas, como a Bitcoin?
Ao contrário das criptomoedas como a Bitcoin ($BTC), nas quais não há uma autoridade única que acompanhe as transações, no caso da moeda digital dos Bancos Centrais, pela sua própria natureza, a emissão será centralizada e controlada pelos bancos.
A ideia de criar uma CBDC (central bank digital currency) ou moeda digital já tem sido estudada em diversos países do mundo. A título de exemplo, no Brasil o tema tem provocado diversas especulações, apesar de ainda não se ter anunciado nada em concreto.
Os países com sistemas financeiros menos consolidados poderão usar essas moedas digitais como mecanismos de pagamento e armazenamento mais eficientes. De facto, alguns Bancos Centrais, incluindo o Banco de Reserva da Austrália, estão a explorar o desenvolvimento de formas dessas moedas digitais numa plataforma baseada na Ethereum ($ETH).
Trata-se de um grande passo na evolução das transações financeiras e dos meios de pagamento, permitindo um maior acesso aos fundos próprios, a partir de qualquer dispositivo móvel, sem a necessidade de transportar dinheiro físico diariamente.
Autor: Afonso Silva
A regulação e controlo do mercado financeiro por parte dos Bancos Centrais irá definir o futuro das criptomoedas como forma de pagamento ou investimento num mercado, à data, ainda demasiado volátil e incerto.