Microsoft vs Meta

Nesta semana, a Microsoft ($MSFT) anunciou planos para apresentar o metaverso (um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais), aos seus 250 milhões de usuários do software Teams. Esta decisão da empresa seguiu a visão do Facebook ($FB) para reuniões dirigidas em realidade virtual, e veio poucos dias depois da empresa tecnológica ter mudado o seu nome para Meta, ampliando o seu alcance no mundo virtual, para além das suas redes sociais.

No relatório do terceiro semestre, a Meta estima que o CAPEX (despesas com a aquisição de bens) de 2022 ficará na faixa dos 29 mil milhões de dólares, muito acima da previsão do CAPEX de 2021 de aproximadamente 19 mil milhões de dólares. Um dos principais fatores para este crescimento é, obviamente, o investimento da Meta nos recursos de inteligência artificial (IA) da empresa.

Tanto a Microsoft como a Meta disseram que os utilizadores seriam capazes de criar avatares, podendo até serem versões animadas de si mesmos, com a capacidade de se moverem livremente entre mundos virtuais. Para os trabalhadores, depois de terem passado quase dois anos dependentes das videoconferências em grupo, abre-se uma nova possibilidade de assistirem às reuniões e de se encontrarem casualmente com colegas de trabalho.

A empresa de Mark Zuckerberg planeia lançar uma app de reuniões com o objetivo dos funcionários trabalharem juntos num escritório virtual, a Horizon Workrooms. A Microsoft anunciou que os usuários do Teams poderão começar a aparecer como avatares nas reuniões online, no primeiro semestre do próximo ano. 

De acordo com especialistas na área, esta abordagem mais gradual da Microsoft e o facto de 250 milhões de pessoas usarem o Teams pelo menos uma vez por mês, coloca a empresa numa posição mais favorável para os utilizadores experimentarem o metaverso. “Misturar avatares e rostos reais em reuniões de grupo é uma maneira inteligente de fazer as pessoas sentirem-se confortáveis, interagindo com versões animadas dos seus colegas”, afirmou Peter Barrett.

Ainda assim, há pormenores importantes que precisam de ser explicados, como o funcionamento técnico que a torna possível e os termos sob os quais os novos metaversos admitirão o acesso a avatares criados noutro lugar. 

Também não está claro se as pessoas vão acabar por aderir a estas novas formas de trabalho virtual. No entanto, as empresas tecnológicas alegam que os funcionários recorrerão ao metaverso para promover “a colaboração num momento onde apenas uma parte das pessoas voltaram ao escritório”.

Fala-se também na possibilidade de as pessoas navegarem entre os diferentes metaversos, que seria o equivalente a alternar entre sites na Internet no mundo online de hoje. A Microsoft criou o primeiro deles, conhecido como Mesh, e Alex Kipman, técnico de IA na Microsoft,  previu que outras empresas, como o Facebook, seguiram o mesmo exemplo. No entanto, os padrões de tecnologia comuns necessários para fazer esse trabalho ainda precisam de ser aprofundados.

Se estes padrões forem eventualmente definidos, falta saber até onde as empresas irão ao adotá-los, e/ou ao tornar os seus domínios digitais efetivamente abertos a outras pessoas.

Autora: Margarida Fernandes 

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