A moeda moçambicana Metical valoriza 17% face ao dólar americano e lidera os ganhos a nível mundial. É a moeda que mais valorizou desde o início de 2021 e prevê-se uma continuação deste crescimento a curto prazo.
De acordo com a consulta realizada pela agência Lusa à relação entre a Metical e o Dólar Americano, observou-se que no início do ano eram necessários 75 meticais para comprar 1 dólar, passando, nesta sexta-feira, a serem necessários 62 meticais.
Segundo os analistas do banco Rand Merchant, esta tendência deverá continuar nas próximas semanas devido ao excesso de liquidez do dólar no mercado e à atuação do banco central moçambicano. “Devido à liquidez de dólares no mercado, num contexto em que a atividade mineira ganha tração, esperamos que o metical se fortaleça e antecipamos que o banco central vá permitir este crescimento da liquidez da moeda norte-americana, o que deverá fortalecer ainda mais o metical, para aplacar os efeitos da inflação originada pelas importações”, escreveram os analistas Neville Mandimika e Daniel Kavishe.
Este crescimento iniciou-se no mês de fevereiro, estando estável no primeiro mês do ano, sendo necessário recuar até ao ano passado, num cenário pré-pandémico para observar valores deste calibre.
Este aumento segue-se a uma descida de cerca de 10% face ao dólar durante 2020, surgindo em contraciclo no que toca à generalidade das previsões dos diversos analistas, que anteviam uma acentuação da queda do valor da metical. Esta valorização acompanha a mediatização do país, devido à elevada violência no norte de Moçambique nas últimas semanas.
A valorização da moeda moçambicana emerge apesar da previsão de crescimento económico, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2021, descer de 2,1%, para 1,6%, aparecendo na sequência de decisões tomadas pelo banco central.
De acordo com o Banco de Moçambique, a pressão cambial diminuiu consideravelmente com a procura de divisas a ser satisfeita, como resultado “de uma maior fluidez que se observa no mercado cambial, contrariamente à tendência registada no princípio do ano”.
Autor: Pedro Vicente
