A China está a um passo de ultrapassar os limites no que diz respeito à diminuição de emissões. Isto deve-se ao facto de a mineração de Bitcoin estar a usar uma grande quantidade de carbono, de acordo com um estudo realizado esta semana. Estarão as metas climáticas da China a ser ameaçadas pela mineração de Bitcoin?
China é o país que abarca 75% da mineração de Bitcoin que é realizada em todo o mundo devido ao baixo preço de eletricidade e ao acesso facilitado aos fabricantes que realizam hardware especializado. Face à elevada percentagem, a pegada de carbono de Bitcoin na China apresenta enormes dimensões que correspondem a uma das dez maiores cidades do país.
A Bitcoin é fundamentada numa rede descentralizada e necessita de ser “extraída”, necessitando elevadas quantidades de eletricidade, nomeadamente quando é realizada em grande escala.
O estudo acerca da mineração de Bitcoin na China, que foi publicado pela revista científica Nature Communications no início desta semana, foi realizado com base numa “China mais amiga do ambiente”
O presidente Xi Jimping, referiu em 2020, que pretende atingir a neutralidade do carbono até 2060, contudo a bitcoin está a tornar-se numa “pedra no sapato” relativamente a esta meta.
Anualmente este processo, em todo o mundo, necessita de aproximadamente 128,84 terrawatt-hour (Twh) por ano de energia, segundo o projeto Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index.
Face a estes valores elevados, Mongólia tenciona proibir o começo de novos processos de mineração de criptomoedas com o intuito de reduzir o consumo de energia, e consequentemente a pegada de carbono.
A mineração de Bitcoin não é apenas uma forma de obter proveitos, mas também pode vir a ser usada como uma “arma financeira” por parte da China contra os Estados Unidos, uma vez que coloca em causa o valor do dólar americano.
Autora: Joana Marcos