Num espaço tão curto como uma semana, o valor total do mercado das criptomoedas cai 700 mil milhões de dólares, ou seja, 27%, devido a uma sucessão de acontecimentos em torno das moedas virtuais de carácter ambiental e económico.
Mais concretamente, este decréscimo de valor na casa dos dois dígitos resultou do tweet feito por Elon Musk em que anunciou que a Tesla ($TSLA) iria deixar de aceitar pagamentos em Bitcoin, devido às externalidades negativas decorrentes da mineração das mesmas.
Por externalidades negativas entendem-se as situações em que os agentes que estão diretamente implicados numa determinada atividade transmitem custos para os agentes que não participam nessas atividades. Neste caso, os custos inerentes são a poluição.
Not so Fun Fact: Crê-se que a mineração de Bitcoin consome tanta energia como toda a Argentina.
Para além do abandono por parte da Tesla, a China anunciou que iria reprimir as instituições financeiras que usassem este tipo de ativos digitais. Este comportamento radical deveu-se em grande parte à volatilidade do mercado das criptomoedas e à facilidade “de manipular” o mesmo.
A junção destes dois acontecimentos levou a que, criptomoedas como a Bitcoin ou a Ethereum ($ETH), as duas criptomoedas de maior valor, caíssem cerca de 30% junto dos mercados.
- A Bitcoin encontra-se atualmente cotada em torno dos 40 mil dólares, sendo que atingiu um máximo de 62,5 mil dólares em abril;
- A Ethereum encontra-se atualmente cotada em torno dos 2.500 dólares, sendo que atingiu um máximo acima de 4.000 dólares no mesmo mês.
Este acentuado decréscimo vem corroborar aquela que foi a opinião generalizada de economistas e empreendedores de grande renome há alguns meses. Em destaque temos Warren Buffett que, em janeiro deste ano (no início da ascensão da Bitcoin até aos 63.000 dólares/Bitcoin), intitulou estas moedas de “uma ilusão inútil e de um veneno de rato” e que, mais tarde ou mais cedo, esta “febre” iria acabar.
Iremos ver uma contínua perda de valor destes ativos financeiros ou terá sido apenas um acontecimento isolado?
Autor: Rodrigo Melo