O valor do mercado das criptomoedas atinge, pela primeira vez, na última segunda-feira, os 2 biliões de dólares. De acordo com o website CoinGecko, em apenas 2 meses, este valor duplicou.
A Bitcoin continua a ser a criptomoeda mais valiosa e mediática, representando cerca de 50% do valor total de mercado, tendo aumentado o seu valor em mais de 100% apenas este ano. No mês passado, atingiu o recorde com uma cotação de 61.000 dólares, estando atualmente cotada em cerca de 57.000 dólares, de acordo com o Yahoo Finance.
Para além de investidores particulares, a Bitcoin começa também a atrair investidores institucionais, com grandes empresas como a Tesla e a Square a comprarem ou aceitarem pagamentos nesta criptomoeda. Da mesma forma, grandes bancos de investimento, como a Morgan Stanley ou a Goldman Sachs, estão a fazer investimentos para permitirem que os seus clientes possam aceder a fundos de Bitcoin. Inclusive, a Grayscale Investments, que gere um dos maiores fundos públicos desta criptomoeda, conhecido por Grayscale Bitcoin Trust, afirma estar comprometida a transformá-lo num Exchange-Traded Fund (ETF), o que permitiria o envolvimento de um maior número de investidores.
No entanto, o mais recente incremento neste mercado surgiu por via da Ether, que atingiu esta terça-feira o valor de 2.151,25 dólares, o mais alto de sempre, crescendo 180% num ano. Esta criptomoeda tem por base a Ethereum Blockchain, que, de modo simples, funciona como um software que permite a programadores desenvolverem apps, nas quais se utilizam criptomoedas. Esta tecnologia é ainda o alicerce dos non-fungible tokens (NFTs).
Existe uma crescente esperança na comunidade financeira que o uso da Ethereum pode servir para uma descentralização dos serviços financeiros (DeFi), ao fornecer um serviço, derivado dos smart contracts, que podem ser definidos como pedaços de código que permitem automaticamente executar uma transação, fazendo com que instituições como bancos e corretoras deixem de ser necessárias para intermediação financeira.
Exemplificando, o bilionário Mark Cuban detém Ether e afirma que “é o mais próximo que alguma vez estivemos de ter uma verdadeira moeda de troca”. Também a empresa chinesa Meitu comprou, no último mês, 22,1 milhões de dólares em Ether, tornando-se numa das primeiras grandes empresas a fazê-lo.
Dada a disrupção desta tecnologia, embora 2 biliões de dólares seja já um valor considerável, segundo Sergey Nazarov, cofundador da Chainlink, “ainda é menos do que 1% do valor que pode ser armazenado na Blockchain, o que significa que ainda há muito espaço para crescer”.
Autor: João Rodrigues